Almir Barbassa, diretor financeiro e de Relações com Investidores da Petrobras, disse nesta segunda-feira que o Conselho de Administração da estatal pediu novos estudos sobre os parâmetros utilizados na nova política de reajuste de preços de combustíveis formulada pela estatal.
Na última sexta-feira, a Petrobras apresentou ao Conselho, presidido pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, uma metodologia para permitir uma maior geração de caixa e redução do nível de alavancagem para níveis aceitáveis. Pela fórmula criada pela estatal, os reajustes passarão a ser automáticos para adequar o preço no mercado interno ao do internacional, tanto para cima quanto para baixo.
- Depois de aprovada, e uma vez definida (a metodologia), o reajuste é automático e passa a ser empregado na empresa - afirmou Barbassa.
Segundo Barbassa, o objetivo dessa metodologia é alinhar os preços domésticos dos derivados aos internacionais.
- O que muda é fazer esse alinhamento, com a definição dos parâmetros, com a periodicidade definida. (Queremos que ) Seja clara a fórmula e que permita essa previsibilidade para todos os interessados - disse Barabassa.
Segundo Barbassa, essa nova política já foi aprovada pela diretoria. A companhia chegou ao fim de setembro com uma alavancagem de 36%, número acima do "teto estipulado" de 35% pela empresa, ressaltou o diretor. De acordo com ele, a nova política pode levar a alta ou redução de preços.
- São parâmetros como o percentual e a periodicidade desses reajustes. Não é o momento para discutir se isso será aprovado ou não. Essa política já foi aprovada pela diretoria. Os parâmetros podem ser ajustados. Oferecemos um amplo cardápio de parâmetros. Vamos trabalhar para estar com isso inteiramente implementado até a data anunciada (22 de novembro) - disse Barbassa.
A defasagem entre os preços de combustíveis no mercado internacional e os praticados no mercado interno tem pesado no caixa da Petrobras. A estatal acumula, entre janeiro e agosto deste ano, perdas estimadas em R$ 3,4 bilhões por não repassar para o aumento do petróleo no mercado internacional, segundo cálculos do Centro Brasileiro de Infra Estrutura (CBIE).
- Não podemos fazer especulação e considerações. Estamos em estudos. O que é relevante é que vai trazer no seu bojo mais previsibilidade de geração de caixa e retornar aos indicadores do plano de negócios. Especular que não seria aprovado (a nova metodologia) seria um exercício impróprio no momento - disse Barbassa.
Analistas, no entanto, criticaram o porquê de o Conselho de Administração ter de aprovar essa nova política, já que a diretoria da estatal já aprovou essa nova política. Em resposta, Barbassa lembrou que pelo fato de a companhia ter ultrapassado o nível de alavancagem é preciso se adequar a essa nova realidade.
- Vamos fazer os estudos que melhor se adequem à realidade e que permita implantar o Plano de Negócios - disse Barbassa, em entrevista coletiva nesta segunda-feira para comentar o balanço do terceiro trimestre.
A companhia divulgou, nesta sexta-feira, lucro de R$ 3,395 bilhões no terceiro trimestre, 39% inferior ao resultado do mesmo período do ano passado. Já em relação aos três meses anteriores, o recuo foi de 45%. No ano, no entanto, a petroleira soma ganhos de R$ 17,289 bilhões, alta de 29% frente aos R$ 13,435 registrados no mesmo período de 2012.