O Brasil tem a segunda maior taxa de juros do mundo e a 15ª inflação mais alta

O mercado financeiro espera que a taxa Selic seja mantida em 10,50% ao ano

Brasil tem a segunda maior taxa de juros | Marcello Casal Jr./Agência Brasil
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De acordo com levantamento da MoneYou, com dados referentes ao mês de maio, o Brasil tem a segunda maior taxa de juros do mundo, ficando atrás apenas da Rússia. Porém, quando o assunto é inflação, o país não está entre os que possuem os maiores custos de vida no mundo e está na 15ª posição, considerando 29 países mais a União Europeia (27 nações) e a Zona do Euro (20), que fazem parte do G20, de acordo com um estudo da Austin Rating.

Taxa de juros

Comitê de Política Monetária (Copom) decide a nova taxa de juros nesta quarta-feira, 19. O mercado financeiro espera que a taxa Selic seja mantida em 10,50% ao ano. Esta taxa, quando descontada a inflação projetada para os próximos 12 meses, corresponde a uma taxa de juros real de 6,31%. 

As 10 maiores taxas de juros anuais do mundo:

Rússia 7,79%

Brasil 6,31%

México 5,88%

África do Sul 5,09%

Colômbia 4,04%

Indonésia 3,81%

Hungria 3,42%

Filipinas 2,44%

Índia 2,23%

Estados Unidos 2,08%

Como funciona

A complexidade das taxas de juros no Brasil é resultado de uma combinação de fatores que vão além da simples relação entre juros e inflação. Segundo o economista e investidor da Corano Capital, Bruno Corano, aumentar a taxa de juros serve para controlar a demanda, os níveis dos preços, ou seja, a inflação. 

Investidores Estrangeiros 

O Brasil precisa manter taxas de juros mais altas para atrair investidores, já que enfrenta dificuldades em captar recursos. Se as taxas fossem mais baixas, o país poderia sofrer um êxodo de capitais, o que pressionaria a taxa de câmbio e, consequentemente, aumentaria a inflação.

Gastos do Governo 

Quando o governo gasta mais do que arrecada, é necessário adotar uma política monetária mais rígida. Isso, segundo o economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini, tem sido uma constante no Brasil desde a década de 1980. A necessidade de controlar o déficit público exige a manutenção de juros mais elevados.

Tarifas Públicas 

As tarifas de serviços públicos, como água, luz, esgoto, transporte público e pedágios, são reajustadas anualmente por contrato. Essas tarifas representam cerca de um quarto do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial no país. Mesmo durante períodos de recessão, essas tarifas continuam a subir, contribuindo para a pressão inflacionária.

Portanto, a necessidade de atrair investimentos, o controle dos gastos públicos e os reajustes constantes das tarifas públicas são fatores que influenciam as elevadas taxas de juros no Brasil, tornando a situação econômica do país mais complexa e desafiadora.

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