A empresa petrolífera OGX, do empresário Eike Batista, perdeu R$ 13,3 bilhões em valor de mercado no ano, segundo levantamento da consultoria Economatica.
No início do ano, a empresa tinha valor de mercado de R$ 14,2 bilhões. Ontem, a avaliação da empresa pelos investidores era de R$ 906 milhões.
Ainda de acordo com a Economatica, todas as empresas do grupo EBX juntas (não só a OGX) perderam quase R$ 20 bilhões em valor de mercado no ano.
Crise de confiança afeta empresa
As empresas do bilionário enfrentam uma séria crise de confiança no mercado e grandes perdas na Bolsa de Valores. A ação da empresa (OGXP3) fechou o pregão de sexta-feira (27) cotada a R$ 0,29, no menor valor histórico.
Em outubro de 2010, quando atingiu seu maior patamar, os papéis da OGX chegaram a ser avaliados em R$ 23,27. A queda acumulada no período é de 98,8%.
Os investidores não têm certeza sobre o pagamento de uma dívida de US$ 45 milhões que vence na próxima terça-feira (1º).
JP Morgan avalia ação da OGX em R$ 0,04
Analistas do banco de investimentos JPMorgan rebaixaram neste mês a recomendação para a ação da petroleira OGX de "neutra" para "performance abaixo da média do mercado", equivalente à venda, e avaliam o preço justo da ação em até R$ 0,04.
Os economistas justificaram a análise citando a instabilidade em relação ao futuro da empresa, e criticaram Eike Batista pela relutância em exercer sua obrigação de injetar US$ 1 bilhão na empresa.
Queda das ações fez Ibovespa mudar
Pela primeira vez em 45 anos, a Bovespa anunciou mudanças na metodologia de seu principal índice de ações, o Ibovespa. O índice reúne as principais ações negociadas e dá um panorama de como a Bolsa se comportou em determinado dia.
Uma das principais alterações anunciadas pela Bolsa paulista foi o critério de exclusão do índice das ações consideradas "penny stock", ou seja, que valem menos de R$ 1. A avaliação leva em conta o preço médio de cada ação nos últimos quatro meses antes da divulgação de uma nova composição.
Pela nova regra, as ações da OGX (OGXP3) teriam de sofrer um grupamento, ou seja, juntar várias ações em uma só, somando seus preços individuais, para poder continuar sendo integrantes do Ibovespa.
"Eu sou o maior perdedor nisso tudo", diz Eike
O empresário Eike Batista concedeu há cerca de dez dias uma entrevista ao "The Wall Street Journal". No primeiro pronunciamento desde o colapso de seu império, Eike criticou executivos da petroleira OGX, que ele costumava chamar de "dream team": "Eu sou dono de um grande grupo e sozinho, eu não faço nada".
Ele disse, ainda, que os investidores saíram do negócio precocemente, e que simplesmente não teve sorte. "Eu sou o maior perdedor nisso tudo. Eu tentei criar riqueza para todos nós", afirmou Eike ao jornal norte-americano.
Eike Batista não é mais blionário
O empresário Eike Batista não é mais um bilionário, segundo a "Forbes". De acordo com os cálculos da revista, a fortuna atual do empresário é de US$ 900 milhões (cerca de de R$ 2,121 bilhões).
Apesar de a fortuna em reais ser ainda bilionária, o ranking considera o montante em dólares. Sendo assim, Eike está fora da seleta lista dos mais ricos do mundo.
A crise nas empresas do grupo EBX, de propriedade do empresário, fez ele perder US$ 29,1 bilhões em dois anos.
O brasileiro disse que se tornaria o mais rico do mundo até 2015. Porém, com a falta de resultados e o pessimismo em relação ao futuro do grupo EBX, o mercado vem castigando as ações dessas empresas na Bolsa de Valores. Consequentemente, a fortuna de Eike vem encolhendo.