A OGX, petroleira de Eike Batista, demitiu Roberto Bernardes Monteiro dos cargos de diretor financeiro e de relações com investidores. O anúncio foi feito nesta sexta-feira (20) em comunicado enviado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
Segundo a empresa, os dois postos ficarão vagos até nova eleição em reunião do Conselho de Administração, "a ser oportunamente convocada". A decisão ocorreu ontem em reunião do conselho.
Com a saída de Monteiro, o número de diretores da empresa cai de cinco para quatro. Atualmente, são diretores da companhia Luiz Eduardo Carneiro (diretor presidente), Reinaldo Belotti Vargas (diretor de exploração), Paulo de Tarso Guimarães (também diretor de exploração) e José Roberto Cavalcanti (diretor jurídico).
Monteiro ocupava o cargo na empresa desde abril de 2012. Entre 2009 e 2012 exerceu o cargo de diretor financeiro e de Relações com Investidores da OSX, empresa de construção naval do Grupo EBX, de Eike.
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
Em outro episódio relativo ao alto escalão da companhia, a empresa fez na semana passada uma assembleia com acionistas com o objetivo de repor o Conselho de Administração, que tinha apenas dois membros, Eike Batista e o seu pai, Eliezer Batista da Silva.
Foram eleitos Julio Alfredo Klein Junior, Luiz Eduardo Carneiro e Pedro de Moraes Borba.
Segundo o estatuto social da companhia e as regras do Novo Mercado --segmento da Bolsa de alta transparência, do qual a OGX faz parte--, o conselho deve ter, no mínimo, cinco membros.
A OGX chegou a ter nove membros, sendo cinco independentes. Entre as atribuições do conselho, está a fiscalização da gestão dos diretores e o estabelecimento de objetivos, política e orientação geral dos negócios da companhia.
Já os diretores são os representantes legais da empresa, responsáveis, principalmente, pela administração cotidiana da companhia e pela implementação das políticas e diretrizes estabelecidas pelo Conselho de Administração.
CRISE
A empresa passa por um momento de dificuldades provocado por uma crise de confiança após o fracasso na exploração de petróleo e produção do campo de Tubarão Azul (bacia da Campos).
A companhia já admitiu que considera até a recuperação judicial como alternativa para conseguir obter recursos.
No início de julho, a OGX decidiu não seguir adiante com o desenvolvimento de algumas áreas na bacia de Campos antes consideradas promissoras.
Em agosto, a petroleira desistiu de adquirir nove dos 13 blocos que arrematou na última licitação de áreas de petróleo, evitando um pagamento de R$ 280 milhões ao governo pelos direitos de exploração.