O ouro, balizado pelo câmbio e pelo preço no mercado internacional, foi a aplicação com o melhor retorno no mês de março, com alta de 3,5%. O metal precioso, que foi considerado um dos melhores investimentos de 2012 (com retorno de 15,26%), tinha desvalorizado nos dois primeiros meses deste ano.
De acordo com o educador financeiro e sócio-fundador do Dinheirama, Conrado Navarro, "o ouro continua sendo uma boa alternativa para proteção (hedge)". Em meio a um cenário de incerteza para a economia mundial e de aversão ao risco o ouro tende a ser mais procurado pelos investidores.
Já o dólar Ptax, que ainda não tinha registrado alta mensal neste ano, fechou como o segundo melhor investimento em março, com valorização de 1,94%. No primeiro mês do ano a divisa teve retorno negativo de 2,70% e em fevereiro de 0,65%.
"A oscilação do dólar já é mais confusa, porque depende da atuação do governo", pontua Navarro. "Temos um câmbio flutuante, mas o governo já sinalizou que a moeda deve ficar em torno de R$ 2 até o final deste ano. O real esteve valorizado durante um bom tempo e o momento agora é de correção", aponta.
CDB e CDI
Após ser o melhor investimento do mês de fevereiro, o CDB (Certificado de Depósito Bancário) prefixado (Bancos 1ª linha) perdeu para o ouro e para o dólar Ptax este mês- apesar de ter o mesmo retorno do período anterior (0,56%). Em seguida, aparece a poupança antiga (depósitos feitos até 3 de maio de 2012) com rentabilidade de 0,50%. O CDI (Certificado de Depósito Interbancário), que baliza diversas aplicações de renda fixa, como CDBs pós-fixados, terminou o mês com rentabilidade de 0,51%.
Já a poupança nova (depósitos feitos a partir de 4 de maio de 2012), rendeu 0,41%. A rentabilidade da "nova" poupança é atrelada à taxa básica de juros ? sempre que a Selic estiver em 8,5% ao mês ou menos, a caderneta rende 70% da Selic, mais a TR (Taxa Referencial). Como a taxa de juros está em seu menor nível histórico (7,25% ao ano), o rendimento desta aplicação também está mais baixo. Mesmo assim, ela rendeu mais do que muitas outras aplicações que terminaram março no vermelho.
Para o educador financeiro e sócio-fundador do Dinheirama, Conrado Navarro, esses resultados não surpreendem já que outros investimentos mais arriscados têm tido um fraco desempenho. "Com isso, a prioridade se tornou vencer a inflação que se encontra mais próxima do teto da meta do que do centro", frisa.
Ifix
Já o Ifix, índice que mede o desempenho dos fundos imobiliários mais líquidos negociados na BM&FBovespa, amargou queda pelo segundo mês contínuo ao registrar desvalorização de 1,13% em março.
Segundo Navarro, esse retorno mais baixo é normal devido à alta demanda que a aplicação teve no ano passado. "Isso é mais um problema de confiança do investidor do que de fundamento. Ele não deve ter um retorno significativo como nos últimos tempos, mas mesmo assim os fundos imobiliários continuam sendo um bom investimento", pondera.
Ibovespa na lanterna do índice
Com uma queda de 7,55% no ano de 2013, o principal índice do mercado acionário brasileiro fechou mais um mês no vermelho, com queda de 1,86%. Este foi o pior desempenho para o primeiro trimestre de um ano desde 1995, quando fechou em queda de 31,58%.
Diante de um cenário desafiador para a renda fixa, a bolsa de valores também decepcionou neste começo de ano. "O mercado está demorando para decolar, mas esse resultado não surpreende muito, já que muitos investidores não têm conseguido ganhar com a renda variável e acabam indo para aplicações mais conservadoras".