FMI: países emergentes estão conquistando mais poder

Reforma coloca Brasil, Rússia, Índia e China entre os dez principais países do fundo

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O diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn, fala durante encontro do G20 na Coreia do Sul; emergentes ganham poder no fundo, depois que a Europa concordou em ceder dois de seus assentos em conselho diretor

Os países do G20, reunidos na Coreia do Sul, acordaram neste sábado (23) "a reforma mais importante já adotada sobre o governo do Fundo Monetário Internacional" (FMI), declarou o diretor-gerente do fundo, o francês Dominique Strauss-Kahn.

- É um acordo histórico, embora, por enquanto, trate-se de uma proposta que precisará ser apresentada ao conselho de administração do fundo.

Segundo ele, a União Europeia decidiu ceder dois dos nove assentos a que tem direito no conselho, composto por 24 membros.

Quando as mudanças entrarem em vigor, os dez principais países do FMI serão Estados Unidos, Japão, as quatro principais economias europeias (Alemanha, França, Reino Unido, Itália), Brasil, Rússia, Índia e China.

Esse projeto de reforma também prevê aumentar o capital do FMI e o número de cadeiras dos países emergentes no conselho de administração. Além disso, vai ampliar as prerrogativas do fundo para vigiar as políticas econômicas nacionais.

O G20 reúne os países ricos do mundo e os principais emergentes, caso de Brasil, Rússia, Índia e China (os chamados Brics). O encontro na Coreia do Sul reúne ministros da Economia e presidentes de Bancos Centrais de seus países membros.

O FMI é uma organização internacional que tem como missão garantir o funcionamento do sistema financeiro internacional através de empréstimos e do monitoramento das finanças dos países. O fundo, criado em 1945, reúne 185 nações.

No ano passado, o Brasil se tornou credor do FMI ao comprar US$ 10 bilhões (R$ 17 bilhões em cotação atual) em notas emitidas pelo fundo.

O acordo, que fez parte de um esforço de aumento da capacidade de empréstimo do FMI durante a crise mundial, também previu que Rússia e Índia emprestassem o mesmo valor ao fundo. Já a China emprestou cinco vezes mais, ao comprar R$ 50 bilhões (R$ 85 bilhões em valores atuais) em notas emitidas pelo FMI.

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