A OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), grupo que reúne as 31 principais economias mundiais, prevê que o Brasil terá de volta a elevar sua taxa de juros para conter o avanço da inflação.
Em relatório divulgado nesta quinta-feira (18), a organização observou que a economia brasileira perdeu ritmo neste ano em relação ao ano passado, mas o aumento da renda e a expansão do crédito irão trazer novo impulso ao país, por meio do consumo doméstico. Isso pode causar pressões inflacionárias.
Na terça-feira (16) o Banco Central divulgou o relatório Focus - elaborado a partir de consultas a especialistas -, no qual informou que o IPCA - usado para controlar a meta de inflação -, a previsão para este ano ficou em 5,48%, contra 5,31% há uma semana. O índice já está, assim, quase um ponto percentual acima do centro da meta estabelecida pelo governo, de 4,5%.
Já a Selic - a taxa básica de juros da economia brasileira, a partir da qual são formadas todas as demais praticadas no mercado - ficou em 10,75% para este ano, mas, para 2011, foi elevada para 12%, contra 11,75% da previsão anterior.
A previsão para o PIB (Produto Interno Bruto, soma das riquezas produzidas por um país) ficou inalterada em relação ao relatório apresentado na semana passada, em 7,6% - para 2011 também ficou inalterado, em 4,5%.
Valorização do real
A OCDE destacou que "intervenções e impostos sobre o fluxo de capital, para limitar a apreciação da moeda brasileira, podem não ser eficientes e se tornarem caras no contexto de um aumento na taxa de câmbio real? devido às descobertas de petróleo no país, na camada pré-sal.
A organização é formada por: Alemanha, Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, Chile, Coreia do Sul, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estados Unidos, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Hungria, Irlanda, Islândia, Israel, Itália, Japão, Luxemburgo, México, Noruega, Nova Zelândia, Polônia, Portugal, Reino Unido, República Tcheca, Suécia, Suíça e Turquia. Estão na fila para entrar no grupo: Estônia e Rússia. A OCDE ainda acompanha a evolução das economias de Brasil, China, Índia, Indonésia e África do Sul.