A Petrobras reiterou hoje que são improváveis as ocorrências de poços secos em suas áreas do pré-sal. Em nota à imprensa, a estatal comentou o fato de ter sido encontrado o primeiro poço seco do pré-sal da Bacia de Santos dizendo que "em toda atividade exploratória do petróleo existe o risco". "Um poço seco, portanto, é algo recorrente da indústria do petróleo e não fato extraordinário", diz o texto.
A perfuração que não apontou a existência de óleo foi feita em área operada pela Exxon, em parceria com a Hess Corporation (40%), e na qual a Petrobras participa com 20%. Em entrevista durante a entrega do prêmio dos Maiores e Melhores da Revista Exame, na noite de terça-feira, o presidente da estatal José Sérgio Gabrielli, já havia dito que todos os dados relativos a seis áreas da estatal no pré-sal da Bacia de Santos estavam "confirmando as informações iniciais". Na nota de hoje, a estatal atribui este risco zero ao conhecimento dos modelos geológicos, à quantidade de dados sísmicos e ao número de poços já perfurados com sucesso.
O poço perfurado pela Exxon no BM-S-22 foi o primeiro entre um total de 16 naquela região a não encontrar reservatórios. O fato motivou uma série de comentários entre analistas de que isso poderia prejudicar as ações da Petrobrás. Sobre este ponto, a estatal comentou hoje que o preço das suas ações "está altamente correlacionado com os movimentos dos preços do petróleo no mercado internacional". Em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, na última quarta-feira, o diretor financeiro da estatal, Almir Barbassa, lembrou que o barril vem apresentando acentuada volatilidade e as ações estavam acompanhando este movimento.
O petróleo Brent caiu 3,4% na última segunda-feira, mesmo dia em que houve o comunicado sobre o poço seco no BM-S-22, feito pela Hess Corporation, e acumulou queda de 5,9% na semana, enquanto as ações preferenciais da companhia caíram 0,8% e 3,1% respectivamente. A Petrobras também lembrou na nota à imprensa que comunicado sobre a conclusão da perfuração do segundo poço na área do BM-S-22 já havia sido feito à Agência Nacional do Petróleo. Porém, "como não foi detectado indícios de óleo, não se torna necessário o envio de nenhuma comunicação adicional, conforme determina a legislação vigente". A companhia frisou ainda que "o resultado de um poço seco não torna conclusiva a comercialidade do bloco".