O início da Quaresma é um dos grandes responsáveis pelo aumento do consumo de peixes na capital. A população procura os pescados com mais frequência e os feirantes lucram mais com a venda destes produtos.Entretanto, a alta de preços causa frustração nos consumidores, que estão comprando frutos do mar a um valor até 30% maior que o praticado na semana passada.
A dona de casa Francisca Sousa Lima reclama do aumento. Residente da zona sudeste da capital, ela frequenta o Mercado do Peixe com constância e relata que o quilo do piratinga está sendo vendido a R$ 17,00, mas na semana anterior saía por R$ 13,00. "O peixe tá caro e é muito. Aumentaram R$ 4,00 em uma semana, isso é um desrespeito com quem vem comprar aqui", diz.
Além do piratinga, peixes como pescada amarela, tambaqui e tilápia também sofreram aumentos consideráveis. No Mercado do Peixe os produtos aumentaram no mínimo 25% nos últimos 15 dias. "Essa semana foi mais difícil conseguir peixe.
Estamos vendendo o quilo do tambaqui a R$ 9,00 porque compramos a R$ 7,50 do distribuidor. Antes era vendido por R$ 6,00. O consumidor está pagando mais caro, mas nosso lucro não aumentou", explica a feirante Sílvia Tânia, funcionária de um quiosque do Mercado do Peixe.
A tilápia é um dos peixes mais procurados naquele mercado e hoje é comercializado a R$ 10,00 em alguns quiosques, registrando aumento de 20% nos últimos 15 dias.
Os feirantes explicam que a alta está relacionada ao preço cobrado pelo distribuidor, que justifica o aumento no frete mais elevado, tendo em vista que a maioria dos pescados são trazidos de outros estados, como o Ceará.
De qualquer forma, os feirantes não têm do que reclamar. O estoque está sendo comercializado com rapidez e algumas espécies de frutos do mar esgotaram no mercado.
"Estamos sendo explorados, mas é o jeito. O peixe está bem mais caro, mas é o preço que temos que pagar para cumprir com nossa crença e seguir os votos da Quaresma", declara a estudante e cliente Jaqueline Rodrigues.