Muitos católicos ainda mantêm viva a tradição de fazer jejum e abstinência da carne, substituindo-a pelo peixe ou demais frutos do mar, como penitência dos pecados, oferecendo tal ato a Deus. Praticado desde a Antiguidade, como sinal de arrependimento, o jejum obrigatório foi sendo reduzido ao longo dos séculos, ficando restrito apenas à Quarta-feira de Cinzas, com a abertura da Quaresma e na Sexta-feira Santa, dia da morte de Jesus Cristo. E o aumento nas vendas de peixes, no Mercado do Peixe em Teresina, é o reflexo da grande procura neste período.
O acréscimo nos valores dos peixes ainda é pouco significativo, representa apenas 3% acima do valor nos demais períodos. Dentre os mais procurados, estão o tilápia, tambaqui, piratinga, pescada amarela, branquinha e pargo. O quilo do produto tem preços que variam de R$ 8,50 o tambaqui, a R$ 30 o salmão, oriundo do Chile, segundo a vendedora do Mercado do Peixe, Nadja Nayara.
“A procura aumentou bastante nesses últimos dias. Vejo que os teresinenses mantêm, sim, a tradição de comer peixe neste período. O movimento maior é entre as 7h30 e 9h. Temos preços para todos os gostos e bolsos. O mais barato está de R$ 8,50 e o mais caro de R$ 30, que é o salmão. Mas até agora o peixe mais vendido é a tilápia”, revela a vendedora Nadja Nayara.
Para Vânia Viana, médica, apesar de estar estocando peixe para a Semana Santa, tem o hábito de ingerir peixe regularmente em seu cardápio.
“Eu sigo a tradição da Semana Santa. Já estou comprando para estocar para a Quaresma. Em especial, para a Sexta-feira da Paixão. Mas regularmente compro peixe, já faz parte do meu cardápio, independente deste período religioso”, pontua Vânia Viana.
Segundo a previsão de vendas de alguns vendedores do mercado, os preços dos peixes podem ainda ter aumento até abril, mas esse acréscimo não será tão significativo em cima do preço atual do produto.