Lançado em 2003, durante a primeira gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Bolsa Família, coordenado pelo ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Familia e Combate à Fome, Wellington Dias, foi destacado como o programa mais impactante para a economia brasileira nas últimas décadas, de acordo com a 15ª edição da Pesquisa Observatório Febraban, conduzida pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe). Em segundo lugar nesse ranking, figura o Plano Real, lançado em 1994 durante o governo de Itamar Franco.
A pesquisa, realizada de 3 a 9 de dezembro com uma amostra representativa de três mil entrevistados, revela que 26% dos participantes consideraram o Bolsa Família como o programa mais crucial para a economia do país. Em seguida, com 23%, está o reconhecimento do impacto do Plano Real. Entre as 12 ações ou programas listados, a abertura da economia para o comércio internacional obteve a terceira posição, com 15% de destaque.
Os entrevistados também atribuíram importância a outras iniciativas, como o Auxílio Emergencial (9%), a participação do Brasil no BRICS (5%), e a Lei de Responsabilidade Fiscal (3%). A descoberta do Pré-Sal, a Reforma Trabalhista, a Reforma da Previdência, a Reforma Tributária, o Programa de Aceleração do Crescimento-PAC e o Programa de privatização das telecomunicações, energia e siderurgia também foram mencionados, embora em menor proporção.
O sociólogo e cientista político Antonio Lavareda, presidente do Conselho Científico do Ipespe, destaca que o Plano Real e o Bolsa Família são percebidos como as principais marcas da economia brasileira na Nova República. Essa percepção indica que tanto a estabilidade da moeda quanto as políticas sociais são valorizadas como fundamentais para o desenvolvimento do país.
A pesquisa também revelou diferenças significativas entre os perfis dos entrevistados que consideraram o Bolsa Família ou o Plano Real como os programas mais importantes. A menção ao Bolsa Família foi mais expressiva entre mulheres (29%), na faixa etária de 18 a 24 anos (33%), entre os que concluíram até o ensino fundamental (34%), e na faixa de renda até dois salários mínimos (35%). Por outro lado, o Plano Real recebeu mais destaque entre homens (26%), na faixa etária de 45 a 59 anos (29%), entre os que possuem formação universitária (34%), e no segmento de renda acima de cinco salários mínimos (33%).
O Bolsa Família foi implementado como uma medida de combate à pobreza, visando facilitar o acesso das famílias a serviços básicos como saúde, educação e assistência social. Enquanto isso, o Plano Real, lançado em 1994, tinha como objetivo conter a hiperinflação que atingiu 2.477% no ano anterior. Ambos os programas, cada um à sua maneira, deixaram marcas significativas no cenário econômico brasileiro.