O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, afirmou nesta segunda-feira (25) que a venda de participação em algumas empresas controladas pela estatal está entre os "desinvestimentos" previstos no plano de negócios 2011-2015, divulgado na sexta-feira e detalhado hoje, em entrevista coletiva.
O presidente da companhia, no entanto, preferiu não dizer quais ativos poderão ser vendidos. A expectativa é que, com os desinvestimentos, a companhia coloque US$ 13,6 bilhões em caixa.
"O desinvestimento começa já, mas ninguém que quer vender nenhum ativo vai anunciar antes de ter nenhum projeto pronto. Já temos contatos iniciados, já começamos e não vou colocar nenhum prazo", afirmou Gabrielli ao ser questionado sobre quando e quais ativos seriam vendidos.
O novo plano de investimentos foi aprovado pelo Conselho de Administração da Petrobras no início da noite desta sexta-feira (22), com investimentos totalizando US$ 224,7 bilhões, o equivalente a R$ 389 bilhões.
De acordo com ele, a maior parte dos "desinvestimentos" financeiros será no Brasil, e desconsiderando-se a parte financeira, a maior parte das vendas será no exterior. " A previsão é o mais breve possível dentro do período 2011-2015", disse o presidente da estatal.
Gabrielli disse que se trata de uma revisão necessária dos investimentos, para melhor adequação dos negócios.
O diretor financeiro e de relações com investidores da Petrobras, Almir Barbassa, disse que o objetivo da estatal é otimizar os recursos disponíveis.
"A estratégia da empresa está mudando, queremos usar o recurso disponível da maneira mais produtiva possível?, afirmou durante a entrevista para detalhamento do plano.
Projetos encerrados
Na área de Abastecimento da companhia, que inclui petroquímica, a redução de investimentos decorrente do rearranjo de projetos será de US$ 4,3 bilhões. Haverá novos projetos, como uma unidade de lubrificantes dentro do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), a construção de dutos, a ampliação do sistema de menobóias, no São Francisco do Sul, além da adequação da refinaria Henrique Lage (Revap).
Mas o setor também terá a exclusão de projetos que estavam previstos, como a tancagem de óleo combustível para térmicas e a logística de querosene de aviação em Brasília. Além disso, a Refinaria Premiu, no Maranhão, será postergada.
A Petrobras vai também rever a construção de gasodutos e estação de descompressão, com o objetivo de acelerar os investimentos em adição de valor na área petroquímica. Com isso, o setor de gás e energia terá uma redução de investimentos de US$ 4,6 bilhões.
Na exploração e produção de óleo e gás, a Petrobras vai descontinuar projetos que tiveram insucesso na fase exploratória, além de rever outros projetos de desenvolvimento da produção. Mas com os novos projetos que incluem a cessão onerosa, novas unidades do pré-sal, infraestrutura operacional e novas descobertas, os investimentos no setor vão crescer US$ 8,7 bilhões no período de cinco anos.
Mais crédito para fornecedores
Dentro da estratégia de fazer com que os recursos disponíveis sejam mais produtivos, a Petrobras vai tentar também ampliar o crédito concedido em seu nome, hoje apenas para fornecedores diretos, para aquelas empresas que abasteçam seus fornecedores.
"Reduzindo o custo de recursos para a cadeia, o que diminui os preços para a Petrobras, os investimentos também são reduzidos", disse o diretor financeiro Almir Barbassa.