A Petrobras anunciou sua incursão no mercado voluntário de créditos de carbono com a aquisição de créditos equivalentes a 175 mil toneladas de gases de efeito estufa (GEE) evitadas. Esses créditos foram obtidos por meio de uma parceria com o Projeto Envira Amazônia, situado no município de Feijó, no estado do Acre. O projeto tem como objetivo principal a preservação da Floresta Amazônica e a promoção de iniciativas em prol das comunidades locais.
Essa movimentação está alinhada com a estratégia de descarbonização da Petrobras, que engloba uma série de iniciativas, como a redução das emissões nas operações da empresa, investimentos em projetos de energias renováveis, biorrefino e a implementação de tecnologias de captura e armazenamento de carbono.
De acordo com o Plano Estratégico da Petrobras para o período de 2023 a 2027, há previsão de realizar outras operações no mercado de carbono, com um investimento total estimado em até US$ 120 milhões destinados à aquisição de créditos. Além disso, os direcionadores para o próximo Plano Estratégico 2024-28, atualmente em desenvolvimento, apontam para a busca de oportunidades rentáveis para ampliar o investimento em baixo carbono, visando alcançar uma participação entre 6% e 15% do investimento global da empresa nesse segmento.
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, destacou o compromisso da empresa com a transição energética do Brasil, afirmando que cada avanço em direção ao uso de fontes de energia limpa e à mitigação das emissões de carbono contribui para um futuro sustentável em harmonia com o planeta.
A Petrobras acredita no potencial do mercado de carbono como uma ferramenta importante no combate às mudanças climáticas, especialmente no Brasil, que possui uma das maiores biodiversidades do mundo. A empresa tem a intenção de adquirir créditos de carbono de base natural, gerados no país e de alta qualidade, que promovam a conservação e a recuperação dos biomas brasileiros, com total transparência e rastreabilidade.
Viviana Coelho, gerente executiva de Mudanças Climáticas da Petrobras, ressaltou que a compensação das emissões por meio de créditos de carbono é complementar à descarbonização intrínseca da empresa e contribui para o financiamento da conservação das florestas brasileiras.
O mercado de carbono desempenha um papel crucial no combate às emissões de gases de efeito estufa, funcionando como um mecanismo de compensação por meio da negociação de créditos. Esses créditos são gerados por projetos que evitam a emissão de gases ou promovem sua remoção. Isso permite que as empresas compensem suas próprias emissões operacionais ou as de seus produtos, contribuindo para a redução global das emissões e para o cumprimento das metas estabelecidas no Acordo de Paris, assinado em 2015 por quase 200 países, incluindo o Brasil.
Os créditos de carbono podem ser gerados de diversas formas, incluindo a captura de metano em aterros sanitários e projetos baseados na natureza, conhecidos como Nature Based Solutions (Soluções Baseadas na Natureza), que contribuem para a preservação da biodiversidade, dos recursos hídricos e para o bem-estar das comunidades locais. (Com informações da Agência Brasil)