O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, garantiu ontem, em Genebra, que a Petrobrás já conseguiu captar US$ 31 bilhões para tocar os investimentos programados para 2009. Desse total, US$ 10 bilhões vieram do governo chinês e o restante, de linhas de crédito dos Estados Unidos e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social ( BNDES).
O governo do Japão e fundos soberanos dos Emirados Árabes Unidos também negociam investimentos na estatal, segundo Lobão. "O prestígio da Petrobrás já lhe garantiu, até maio, uma captação que garante cobertura para todo ano de 2009 nos projetos que a empresa havia estimado que precisaria de recursos", disse o ministro, que está em Genebra acompanhando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo Lobão, "a Petrobrás já pode começar a pensar no fechamento de contratos e de investimentos para 2010". "Os fundos soberanos desse país árabe (Emirados) tem recursos importantes e já deixaram claro que querem investir no País e na Petrobrás", disse, confirmando que recebeu visitas de autoridades desse país e do Japão.
A captação de recursos da Petrobrás ocorre num momento em que, em razão da pior recessão mundial em 70 anos, analistas previram que o crédito para as empresas petrolíferas poderia secar. A Agência Internacional de Energia (AIE) apelou para a manutenção dos investimentos e e alertou que, sem isso, o mundo poderia assistir a um forte aumento dos preços do petróleo nos próximos anos.
Em 2008, o investimento da Petrobrás foi recorde, de R$ 53,4 bilhões, 18% superior ao de 2007 (R$ 45,3 bilhões). Os investimentos na área de exploração e produção subiram 26% na comparação com os R$ 26,196 bilhões de 2007.
No ano passado, a empresa admitiu que precisaria de US$ 174,4 bilhões para cumprir seu plano de investimentos até 2013. Já consultorias da área de energia estimam que os investimentos necessários nas áreas do pré-sal cheguem a US$ 600 milhões em dez anos.
EFEITO CPI
Lobão insistiu em alertar para o risco de a CPI da Petrobrás se transformar em uma ameaça para a capacidade da empresa de atrair investimentos, que vai afetar todo o Brasil.
"Espero que a CPI não atrapalhe a Petrobrás. Se isso ocorrer, será o Brasil que será atrapalhado e ninguém quer que isso ocorra", alertou o ministro.