A Petrobras saiu do prejuízo e teve lucro líquido de R$ 6,201 bilhões no segundo trimestre, segundo balanço divulgado pela empresa nesta sexta-feira (9), após adotar uma nova estratégia contábil que limitou o impacto da alta do dólar e tirou cerca de R$ 8 bilhões em perdas financeiras do balanço. No mesmo período de 2012, a estatal tivera prejuízo de R$ 1,346 bilhão.
Analistas ouvidos pela Reuters esperavam em média um lucro líquido de R$ 5,08 bilhões no segundo trimestre.
Na comparação com o 1º trimestre de 2013, entretanto, o ganho da companhia caiu 19%. No período entre janeiro e março, a Petrobras registrou lucro líquido de R$ 7,693 bilhões.
No acumulado do 1º semestre, o lucro líquido foi de R$ 13,894 bilhões, alta de 77% ante os R$ 7,868 bilhões apurados nos seis primeiros meses de 2012.
A receita da Petrobras no 2º trimestre subiu 8%, na comparação com o mesmo período de 2012, para R$ 73,627 bilhões. Na comparação com o 1º trimestre (R$ 72,5 bilhões), a alta foi de 2%.
Prática contábil limita perdas cambiais
O resultado do 2º trimestre foi atribuído pela empresa ao "resultado financeiro negativo, impactado pela desvalorização do real frente ao dólar".
A adoção de contabilidade de hedge impediu que a companhia fechasse o segundo trimestre no vermelho. A companhia informou que adotou, a partir de meados de maio, contabilidade de hedge "para proteção de exportações futuras, permitindo que perdas cambiais de R$ 7.982 milhões, relativas a cerca de 70% do endividamento líquido exposto à variação cambial, fossem contabilizadas no Patrimônio Líquido, as quais serão transferidas para o resultado à medida que as exportações forem realizadas". Segundo a estatal, os demais passivos líquidos expostos geraram perdas cambiais de R$ 3,18 bilhões no resultado.
A companhia informou que a produção média de óleo cresceu 1% ante o 1º trimestre. Segundo a Petrobras, "a entrada de outras plataformas nos próximos meses asseguram o crescimento da produção no segundo semestre de 2013, mais fortemente no último trimestre, com o início em operação das plataformas P-55, P-58, P-63, P-61 e da TAD (Tender Assistid Drilling), sonda de apoio que operará conjuntamente à P-61 e P-63".
Em sua mensagem aos acionistas, Graça Foster, afirma que as perspectivas de crescimento "são exequíveis no curto prazo".
"Alcançamos no 2T13 uma geração de caixa 9% maior do que a verificada no 1T13. Destaco ainda as bem-sucedidas captações realizadas no trimestre, em especial a emissão de títulos de US$ 11 bilhões ocorrida em maio. Com isso, nossas disponibilidades atingiram o montante de R$ 73 bilhões ao fim do 2T13", afirmou.
"Nosso lucro operacional no segundo trimestre de 2013 totalizou R$ 11,1 bilhões, aumento de 13% ante o primeiro trimestre do ano. Este crescimento é explicado pelo efeito do aumento dos preços de diesel e gasolina ocorridos ao longo do 1T13, pela maior produção desses derivados em nosso parque de refino, pelos ganhos com as operações de desinvestimento no exterior, pelos resultados da otimização de custos operacionais e pela continuidade na recuperação da eficiência operacional da produção na Bacia de Campos", destacou a presidente da Petrobras, Maria das Graças Silva Foster.
Nesta sexta-feira, a ação da Petrobras fechou em alta. A ordinária encerrou o dia em alta de 1,71%, a R$ 16,08, e a preferencial avançou 2,52% para R$ 17,07.