A Petrobras fechou 2010 com lucro líquido recorde de R$ 35,189 bilhões, uma alta de 17% em relação aos R$ 30,051 bilhões apurados em 2009. A informação foi divulgada no fim da tarde desta sexta-feira (25) pelo diretor Financeiro e de Relacionamento com Investidores, Almir Guilherme Barbassa, em entrevista coletiva na sede da Petrobras, no Rio de Janeiro. ?No ano passado, fizemos a maior capitalização da história, de R$ 120 bilhões?, destacou o diretor.
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Somente no quarto trimestre, a estatal registrou lucro líquido de R$ 10,602 bilhões, valor 24% superior aos R$ 8,566 bilhões do trimestre anterior. ?O quarto trimestre também foi recorde para a empresa?, destacou Barbassa. ?Os dois resultados, tanto anual quanto trimestral, foram excepcionais?, comemorou.
?Alguns dos fatores que levarem ao lucro recorde foram a redistribuição do portfólio financeiro, que gerou menos impacto para as contas da empresa, o processamento de 4% a mais de óleo nacional, o aumento do refino de diesel e o alto nível de geração e de venda de gás também aumentou muito. Tudo isso contribuiu para o resultado?, detalhou o diretor.
Aumento na produção de gás natural foi maior do que de petróleo
Barbassa também comentou a grande produção de gás natural no ano passado. ?A produção de gás natural cresceu 5% em 2010, em comparação com 2009. A atividade econômica crescente no Brasil provocou uma demanda muito grande pelo gás natural e, claro, por outros tipos de gás, como o GLP (gás liquefeito de petróleo), entre outros combustíveis. Entretanto, com a produção de gás ainda é muito menor do que a de petróleo, o aumento da produção total ficou em 2%?, explicou.
Em 2010, a Petrobras investiu R$ 76,411 bilhões, ante R$ 70,757 bilhões em 2009, um crescimento de 8%. ?O investimento em 2010 ficou 14% abaixo dos R$ 89 bilhões que esperávamos investir. Mas isso já é esperado, pois ocorrem atrasos em entregas de equipamentos, algumas licitações não são feitas?, explicou o diretor.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) - que mede a capacidade de geração de caixa - foi de R$ 60,323 bilhões no ano, com alta de 1,4%, e atingiu R$ 14,584 bilhões no trimestre, um aumento de 1,9%.
Nesta sexta-feira, o Conselho de Administração aprovou o pagamento R$ 2,217 bilhões de juros sobre o capital próprio, que corresponde a R$ 0,17 por ação. ?Ainda vão ser pagos R$ 1,565 bilhão de dividendos, o que dá R$ 0,12 por ação?, acrescentou Barbassa.
O balanço está de acordo com os padrões internacionais de contabilidade (International Financial Reporting Standards ? IFRS).
Diretor não fala em aumento de preços por causa de conflitos
Almir Barbassa afirmou que a situação que os conflitos que vêm ocorrendo no Oriente Médio e no norte da África, que fizeram subir o preço do petróleo no mercado internacional, são conjunturais. ?Essa imaginação tem que ser muito fértil?, disse Barbassa, sobre a possibilidade de aumento dos preços no Brasil.
?Se for resolvido o problema do Oriente Médio e do norte da África, nos próximos 30 a 60 dias, tudo volta ao normal. Isso é uma situação conjuntural. Depois que passarem os conflitos, os preços devem voltar aos patamares de US$ 80 a US$ 90?, analisou o diretor.
Barbassa ressaltou que só ocorreria um aumento no preço do petróleo caso diminuísse a oferta por causa dos conflitos. ?A nossa leitura é tentar verificar se vai haver uma redução na extração, na produção de petróleo no longo prazo. Se isso não ocorrer, não há porque aumentar os preços?, concluiu.
Previsão para 2011
Em 2011, a Petrobras pretende investir, em todos os segmentos da empresa, R$ 93,67 bilhões. ?Para o ano que vem, queremos dobrar a quantidade de poços de petróleo perfurados. A meta é produzir 2,1 milhões de barris por dia, um aumento por volta de 2,5% em relação ao que produzimos hoje (2,004 milhões de barris/dia)?, ressaltou Barbassa. ?E também temos uma previsão de captar mais US$ 17 bilhões em dinheiro novo até 2014?, finalizou.