Pequenos pescadores do município de Guadalupe estão colhendo os louros de sua pescaria. O Projeto Boa Esperança, instituído no município através de parceria entre a Embrapa e Chesf, ajuda o trabalhador do campo a profissionalizar-se na atividade e garante uma maior produtividade de alevinos, que gera mais lucro no bolso dos pescadores. Com a venda dos peixes as famílias têm capacidade de criar um capital de giro e aumentar ainda mais a produção.
Graças ao Boa Espe-rança, a produção mensal chega 1,5 tonelada e be-neficia mais de mil pessoas direta e indiretamente. O peixe é co-mercializado na própria região, a demanda é grande e tem até fila de espera para compra. O coordenador adjunto do projeto, Francisco Monteiro, explica que o empreendimento cria bases tecnoló-gicas para os pequenos produtores.
?Nós entramos com o conhecimento técnico do assunto e eles entram com a disposição. Criamos uma unidade demonstrativa que dispõe de tanque e artigos de pesca que ficam à disposição dos pescadores mesmo após a finalização do projeto?, conta.
A partir do fim do ano a unidade demonstrativa piloto terá autonomia, pois a fase de implantação delas pela Embrapa foi concluída. Os pescadores se organizaram através de associações e existem projetos para financiar a compra de mais tarrafas e gaiolas.
É esperado que a produção de alevino dobre de tamanho. ?O projeto foi elaborado tendo em mente a criação de bases tecnológicas para os pequenos produtores. Fizemos uma seleção prévia de pescadores sindicalizados e selecionamos 36 famílias de Guadalupe e Nova Iorque, no Maranhão. Como a unidade de desenvolvimento ficará para eles no final do projeto, eles irão dispor de um local para aperfeiçoar as técnicas aprendidas?, relata o coordenador Francisco.
Com os cursos e treinamentos, os produtores aumentam a produtividade e renda. ?Esta etapa do projeto finaliza em dezembro, mas poderemos renovar de acordo com o interesse da comunidade. Com todos os benefícios conquistados pelos criadores e com os comentários positivos que recebemos deles, as sondagens preliminares indicam que o projeto será prolongado por mais outra rodada?, reconhece Francisco
Projeto beneficia todos os tipos de criadores
Indo além da psicultura, o Boa Esperança atua em sete linhas diferentes e apoia criadores das culturas mais populares do Piauí. O projeto já implantou, de forma participativa, unidades demonstrativas de arroz, feijão-caupi, milho e hortaliças, assim como a instalação de sistemas de produção de mandioca. As comunidades beneficiadas passam por treinamento de implantação e manejo de horta orgânica e controle de pragas e doenças.
?Levamos o projeto para os municípios de Uruçuí, Antônio Almeida, Guadalupe e Porto Alegre aqui no Piauí. No Maranhão, atendemos as cidades de São João dos Patos, Benedito Leite e Nova Iorque com projetos que vão da simples plantio à apicultura?, fala o coordenador Francisco Monteiro.
A produção de hortaliças orgânicas através é um sucesso no assentamento Santa Teresa, no município de Uruçuí. No assentamento Beleza, a seis quilômetros da cidade de Antônio Almeida, os agricultores produzem alface, couve, cheiro-verde, tomate, pimenta, pimentão, cebola e macaxeira.
A ideia é aumentar a renda das famílias, com a comercialização dos produtos. Alguns agricultores conseguem faturar até R$ 1000 por mês comercializando os produtos na própria comunidade. As atividades melhoram a vida do assentamento e promovem integração entre os moradores.
Foram implantadas também, na área de pecuária e psicultura, sistemas de produção de leite, criação de galinhas caipiras em agricultura familiar, terminação de suínos e produção de biofertilizantes a partir de dejetos suínos. Outra ação importante envolve a apicultura, onde foram instalados quatro meliponários com até 30 colméias cada. A ação promove a preservação das abelhas à produção de mel.