Entre janeiro e abril deste ano, o Piau? exportou o equivalente a US$ 21,5 milh?es, de acordo com dados do Minist?rio do Desenvolvimento, Ind?stria e Com?rcio Exterior. Liderada pela cera de carna?ba, que movimentou US$ 12,7 milh?es, a pauta de neg?cios externos coloca o Estado ainda na condi??o de exportador de mat?riaprima, importando depois os produtos manufaturados com o que sai daqui.
Com isso, o Piau? deixa de gerar mais empregos e aumentar o faturamento com produtos que t?m grande aceita??o no mercado externo. A exporta??o de mat?riaprima demonstra o baixo n?vel de industrializa??o, por exemplo, da cera de carna?ba, mel de abelha, couro de ovinos e de diamantes.
?A diferen?a entre o pre?o da mat?ria-prima e do produto acabado ?, no m?nimo, de 500%. Por isso que o grande problema hoje com as exporta?es no Piau? ? a dificuldade de agregar maior valor aos produtos que saem do Estado?, revela S?rgio Vilela, gerente de rela?es exteriores do Governo Estadual.
De acordo com ele, certos produtos chegam a ter um aumento de at? 1000% quando voltam para serem comercializados no Piau?. ?Um quilo de mel ? vendido a R$ 3, mas quando ? filtrado e envasado, volta ?s pratelei-
ras dos supermercados por R$ 12 ou R$ 15. Isso tamb?m acontece com os produtos exportados?, acrescentou.
S?rgio acredita que dois motivos s?o determinantes para que haja essa maior dificuldade em agregar valor aos produtos exportados. ?Primeiro que os investidores de fora j? t?m estrutura para a exporta??o em seus Estados, fazendo com que n?o compense montar ind?strias aqui. E depois, o Piau? tem poucos empreendedores. ? a esp?cie de tradi??o que existe em se depender do governo, sem preocupa??o em investir em desenvolvimento tecnol?gico e de pessoal?, explica.
A opini?o sobre o baixo n?mero de empreendedores n?o ? partilhada por todos. Segundo Jos? Lu?s F?lix, maior exportador de cera de carna?ba do Piau?, no caso do seu produto, a agrega??o de valor acontece no mercado externo, j? que a cera ? usada nos mais diversos tipos de neg?cios, que v?o do revestimento interno de latinhas de refrigerante, fabrica??o de cosm?ticos at? a conserva??o de frutas.
?A cera ? uma commodity. Para que seja agregado valor aqui no Piau? ? preciso existir um trabalho de desenvolvimento laboratorial, o que representaria um investimento muito alto. E as empresas que compram a cera t?m at? 40 anos de mercado e, al?m disso, ? preciso um estudo profundo para que se ganhe uma fatia nesse mercado. N?o adianta empreender para quebrar?, observa F?lix.