A Secretaria de Estado do Planejamento (Seplan) e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgaram, nesta quarta-feira (16), na sede da Seplan, os resultados do Produto Interno Bruto (PIB) do Piauí para o ano de 2020. Na série histórica do período de 2002 a 2020, o Piauí foi o estado da federação que teve o maior aumento no percentual do PIB per capita no país, da ordem de 604,08%, tendo passado de R$ 2.440,70, em 2002, para R$ R$ 17.184,70, em 2020.
Na sequência, ficaram os estados de Mato Grosso, com aumento de 597,32%, e o de Tocantins, com aumento de 531,85%. O PIB per capita representa a soma (em valores monetários) de todos os bens e serviços finais produzidos no estado.
Em 2020, ano marcado pelo início da pandemia da Covid-19, o Piauí apresentou o PIB de R$ 56,4 bilhões e variação em volume de -3,5%, em relação ao observado em 2019. A alteração verificada ficou acima da média nacional em 2020, que foi de -3,3%.
A economia do Piauí, entretanto, manteve sua participação de 0,7% no PIB nacional e 5,2% no Nordeste. Na série histórica do PIB, no período de 2002 a 2020, o Piauí apresenta o quarto maior crescimento real acumulado do PIB no país, com 82,3%, o que equivale a uma média anual de aumento de 3,4%.
A Diretora de Estudos Econômicos e Sociais (DESS), Rebeca Nepomuceno indica que a queda do PIB no estado foi um dos efeitos da pandemia da Covid-19.
“O ano de 2020 foi fortemente marcado pela pandemia e pelas medidas que foram necessárias para conter a doença. Quando observamos o número, há variação positiva entre 2019 e 2020, porém, quando observamos o efeito inflacionário desse período, que é normalmente utilizado nacionalmente com a variação de volume, temos o resultado negativo de 3,6%. É importante lembrar que esse resultado negativo foi observado no Brasil inteiro e no Nordeste, inclusive o Piauí teve uma queda inferior a do Nordeste", explicou.
Conforme relatou o Supervisor de Disseminação de Informações do IBGE no Piauí, Eyder Mendes, a Agropeuária foi um dos principais responsáveis por impulsionar os números positivos do PIB no estado ao longo dos anos e também por evitar um impacto ainda maior da pandemia na economia estadual.
"O Piauí foi contemplado por uma boa época de chuvas no Sul do estado, área do agronegócio e estamos observando um crescimento constante de empresários do agronegócio. Outra questão que nós temos que dar atenção é a questão da Indústria, que de 2002 para cá sofreu uma redução de dois terços na sua participação na economia", contou.
Conforme os dados divulgados nesta quarta, a Agropecuária foi a atividade econômica que alcançou o melhor desempenho estadual em 2020 em comparação com o ano de 2019. Em termos de participação na economia estadual, o setor, que havia respondido em 2019 por 8,90% do Valor Adicionado Bruto (VAB) do estado, atingiu em 2020 o total de 11,3% e alavancou um ganho de participação de 3,3 pontos percentuais. No que se refere ao volume, o setor agropecuário registrou um aumento de 10,8% em relação a 2019.
Resultado desfavorável do PIB real no Piauí está associado ao desempenho do setor de Serviços
O principal responsável pelo resultado negativo com relação ao PIB real do Piauí em 2020 foi o setor de Serviços, que teve uma queda em volume de 5,1%. Mesmo assim, esse campo manteve-se como grupo de atividades mais representativo na economia do Piauí, apesar da participação ter reduzido de 79,7% em 2019, para 74,8% em 2020.
Rebeca Nepomuceno destaca que a análise do PIB é essencial para medir a expectativa dos agentes econômicos, sejam eles públicos ou privados. "Em dezembro, serão divulgados os resultados do PIB por município, o que também será importante para termos uma visão mais detalhada. Os dados de hoje são essenciais para a avaliação dos indicadores de gestão e correspondem ao estágio da economia do Piauí", contou.
A superintendente de Pesquisas Econômicas e Sociais do Piauí, Liege Moura, acompanhou a divulgação dos dados do estado e comentou que os números serão levados em consideração para implantação de políticas públicas que possam interferir nos setores econômicos.
"Na realidade, a importância deste estudo é que realmente nos coloca diante desse indicadores em relação ao país. A Seplan trabalha com o IBGE e ajuda no trabalho de acompanhar o comportamento da nossa economia. Com isso, temos uma metodologia importante para condução e aplicação de políticas públicas", disse.