Políticos e entidades criticam aumento da taxa de juros no Brasil

Centrais sindicais disseram que o aumento da taxa de juros impede o desenvolvimento e o Dieese que a elevação da Selic aumentará os gastos da União

Copom elevou taxa de juros | Marcello Casal Jr/Agência Brasil
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A recente decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de interromper o ciclo de cortes na taxa Selic, elevando os juros básicos da economia para 10,75% ao ano, gerou críticas de políticos e representantes do setor produtivo. Segundo eles, essa alta ameaça a recuperação econômica do país, especialmente em um momento em que os Estados Unidos começaram a reduzir suas taxas de juros.

decisão injustificada

A presidenta do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann, expressou sua insatisfação em uma postagem na rede social Bluesky. Ela considerou a decisão injustificada, destacando que o aumento dos juros prejudica a economia brasileira, eleva os custos da dívida pública e retira recursos de áreas essenciais como saúde e educação.

decisão excessiva

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) também manifestou descontentamento, classificando a decisão como excessiva. De acordo com o presidente da entidade, Ricardo Alban, o aumento da Selic impõe restrições adicionais à atividade econômica, prejudicando o emprego e a renda, enquanto outros países desenvolvidos estão reduzindo suas taxas de juros.

medida precipitada

A Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) considerou a medida precipitada, argumentando que o risco inflacionário ainda não está claro. Segundo a entidade, os juros elevados têm comprometido setores estratégicos, como a indústria, que continua operando abaixo de seu potencial.

Efeitos negativos

A Associação Paulista de Supermercados (Apas) não se surpreendeu com a decisão do Copom, mas alertou para seus efeitos negativos sobre a atividade econômica doméstica. O economista-chefe da Apas, Felipe Queiroz, destacou que o Brasil já possui uma das maiores taxas reais de juros do mundo, o que dificulta a recuperação econômica.

Impede o desenvolvimento

As centrais sindicais também reagiram, com a Central Única dos Trabalhadores (CUT) criticando o Banco Central por manter uma política monetária que impede o desenvolvimento do país. A entidade ressaltou que, mesmo com algumas reduções recentes, a Selic continua elevada, colocando o Brasil entre os países com as maiores taxas de juros reais.

Vai aumentar gastos

Um estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), citado pela CUT, apontou que a elevação de 0,25 ponto na Selic aumentará os gastos da União com juros em R$ 13 bilhões. O estudo destacou que cada 1% de aumento na Selic representa um custo adicional de R$ 40 bilhões para o governo.

Prêmio

A Força Sindical também criticou duramente a decisão, classificando-a como um “prêmio aos especuladores”. Para o presidente da entidade, Miguel Torres, a alta dos juros penaliza a população mais vulnerável e desestimula o investimento e o consumo, prejudicando o desenvolvimento econômico do país.

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