Prepare o bolso. Os custos de produção sobem, a carne fica mais cara e haverá um realinhamento nesse setor. Os brasileiros, apesar de o país ser um dos maiores produtores de carne no mundo, vão pagar bem mais pelo produto e reduzir o consumo.
Um dos segmentos mais afetados será o de carne bovina, pois o Brasil terá um padrão de consumo de países de produção reduzida. O consumo da proteína não estará presente todos os dias nos lares brasileiros e a carne de melhor qualidade será para ocasiões especiais.
Esse cenário se concretizará com mais intensidade no médio prazo, mas já começa a ser sentido. O preço médio anual da carne bovina gira próximo de R$ 100 por arroba há três anos, mas ninguém ganha com o produto nesse patamar: o pecuarista não consegue uma margem de lucro satisfatória.
O resultado é uma estabilidade do consumo anual próximo de 34 quilos por pessoa nos últimos anos.
A avaliação é de José Vicente Ferraz, diretor técnico da Informa Economics FNP, consultoria que faz um balanço anual do setor há 20 anos por meio da publicação Anualpec, especializada na pecuária.
Ferraz diz que o brasileiro não ficará sem carne, mas haverá um realinhamento no consumo, com crescimento do frango e, com menor intensidade, do suíno -que, apesar disso, não estarão isentos da alta dos custos, que passam o grande inimigo do setor.
O desafio é colocar um produto competitivo no mercado e não diminuir a demanda.