A classe média brasileira tem um potencial de consumo de R$ 1 trilhão por ano, valor equivalente ao Produto Interno Bruto (PIB) de Argentina, Portugal, Uruguai e Paraguai somados. O resultado é de uma pesquisa realizada pelo instituto Data Popular e que traçou um perfil da nova classe média do país.
O estudo ouviu 18 mil pessoas em 26 estados e está sendo apresentado nesta segunda-feira (8) durante um fórum que acontece em Brasília e é organizado pela Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República.
De acordo com o responsável pela pesquisa, Renato Meirelles, o potencial de consumo engloba, além da renda, os benefícios, como 13º salário e férias, além do crédito a que as pessoas da classe C têm acesso.
A classe média cresceu em todas as regiões do país. Meirelles aponta que a maior alta foi vista no Nordeste, de 50%, a maior evolução verificada no país desde 2004. O menor crescimento foi na região Sul, com 17% no período.
A pesquisa identificou que a classe C gasta a maior parte de sua renda (23,16%) com serviços. Alimentos e bebidas (18,49%) vem em segundo lugar. Na terceira posição estão os gastos com saúde e beleza (8,32%).
O estudo também apontou que a classe média lidera em número de universitários, de crianças em escolas particulares e pessoas com acesso à internet.
Segundo Meirelles, 68% dos jovens da classe média estudaram mais do que seus pais. E a diferença de renda entre os jovens da classe média e os da classe A é de apenas 2%, resultado das políticas de universalização de acesso ao estudo.
Perfil
Cerca de 104 milhões de brasileiros, de uma população total de 193 milhões, compõem esta nova classe média. Destes, 51% são mulheres e, 48%, pretos e pardos. A renda domiciliar média deste grupo é de R$ 2.295.
O estudo verificou que 59,1% dessas pessoas possuem cartão de crédito e 52,7% têm conta em banco. Quando questionados se dispõem de computador em casa, 52,5% responderam que sim. E 57,6% disseram que acessam a internet.
A classe C tem 36 milhões de pessoas que participam de redes sociais ? nas classes A e B, juntas, são 13 milhões. Cerca de 80% da classe média espera um futuro melhor. O otimismo é maior entre os moradores do nordeste (89%) e norte (88%). O menor percentual está no sul, com 75%.