Poupança capta R$ 3,51 bi em setembro e registra segundo melhor resultado do ano

Com a entrada, volume total de recursos se aproxima dos R$ 300 bilhões

Investimentos | Arquivo
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A caderneta de poupança registrou o ingresso líquido (depósitos menos saques) de R$ 3,51 bilhões em setembro deste ano, de acordo com números divulgados nesta terça-feira (6) pelo Banco Central.

Esse foi o quinto mês consecutivo de entrada de recursos na poupança e representou, também, o segundo melhor resultado de 2009. No mês passado, os depósitos somaram R$ 84,86 bilhões, enquanto que as retiradas de recursos da poupança totalizaram R$ 81,35 bilhões. O ingresso de recursos de setembro foi superado, neste ano, somente pelo mês de julho, quando R$ 6,67 bilhões entraram na caderneta de poupança.

Em agosto, houve o ingresso de R$ 3,09 bilhões na modalidade de investimentos. Acumulado do ano e saldo No acumulado de janeiro a setembro de 2009, os depósitos já superam os saques em R$ 15,72 bilhões na caderneta de poupança, segundo informações do Banco Central. Em igual período de 2008, o ingresso de recursos somou R$ 10,01 bilhões. Em setembro deste ano, o volume total de recursos depositado na caderneta de poupança chegou aos R$ 299,92 bilhões, próximo da marca inédita dos R$ 300 bilhões (englobando SBPE e poupança rural).

No fim de agosto, o total de recursos depositados na poupança estava em R$ 294,95 bilhões, contra R$ 270,44 bilhões no fim de 2008. Juros em queda A entrada de investimentos na caderneta de poupança acontece na esteira do processo de queda dos juros básicos da economia. No fim do ano passado, a taxa Selic, definida pelo BC, estava em 13,75% ao ano.

Após cinco quedas, está em 8,75% ao ano - um corte de cinco pontos percentuais em 2009. Na poupança, cuja correção é determinada pela variação da taxa referencial (TR) mais 0,5% ao mês, não é cobrada taxa de administração e nem Imposto de Renda (IR). Com isso, sua atratividade frente aos fundos de renda fixa oferecidos pelas instituições financeiras ficou maior do que no ano passado.

Mudanças na poupança

Preocupado com uma eventual fuga de investidores dos fundos de renda fixa, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, chegou a anunciar mudanças na tributação da poupança para 2010. A ideia era taxar aplicações acima de R$ 50 mil com uma alíquota de 22,5%. Segundo Mantega, isso deixaria de fora os pequenos poupadores, pois dados da equipe econômica indicam que 99% dos investidores da poupança não têm saldo acima de R$ 50 mil nesta modalidade de investimentos.

Envio ao Congresso

Depois de divulgar que o projeto seria enviado ao Congresso, entretanto, o governo informou que a sua base de sustentação no Legislativo pediu mais tempo para avaliar a necessidade de implementar mudanças na caderneta de poupança. A mudança de estratégia veio após após a divulgação do relatório de inflação do Banco Central. No documento, o BC prevê aumento da inflação no fim de 2010 e início de 2011, impulsionado pelos gastos públicos.

Com isso, cresceu a percepção, no mercado financeiro, de que a taxa de juros não deverá mais recuar, como poderá subir antes do previsto anteriormente - último trimestre de 2010. Deste modo, argumentam parlamentares, não haveria necessidade imediata de taxar a poupança. Dados da Associação Nacional de Bancos de Investimento (Anbid) não revelam, até o fim de agosto, uma retirada de recursos dos fundos de investimento.

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