Poupança tem a maior entrada desde 2007

Segundo BC, R$ 6,67 bilhões ingressaram na poupança em julho

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 A caderneta de poupança registrou o ingresso (diferença entre depósitos e retiradas) de R$ 6,67 bilhões em julho deste ano, o maior resultado desde dezembro de 2007, quando houve a entrada de R$ 9,13 bilhões na modalidade de investimentos, segundo números divulgados nesta quinta-feira (6) pelo Banco Central (BC).

Trata-se também, segundo dados do BC, da maior entrada de recursos na mais tradicional modalidade de investimentos do país para julho. Excluídos os meses de dezembro, quando há o pagamento do 13º salário - o que costuma inflar a captação da poupança - é o maior valor desde 1995, quando tem início a série histórica mensal disponibilizada pelo BC.

Cenário de queda de juros

O Banco Central informou ainda que este é o terceiro mês de ingresso líquido de recursos na caderneta de poupança. Em junho deste ano, R$ 2,08 bilhões foram captados e, em maio, outros R$ 1,88 bilhão ingressaram na modalidade. O retorno dos investidores à caderneta de poupança acontece na esteira do processo de queda dos juros básicos da economia.

No fim do ano passado, a taxa Selic, definida pelo BC, estava em 13,75% ao ano. Após cinco quedas, fechou julho em 8,75% ao ano, um corte de cinco pontos percentuais em 2009. Na poupança, cuja correção é determinada pela variação da taxa referencial (TR) mais 0,5% ao mês, não é cobrada taxa de administração e nem Imposto de Renda (IR).

Com isso, vem aumentando sua atratividade frente aos fundos de renda fixa oferecidos pelas instituições financeiras. Mudanças na poupança Preocupado com uma eventual fuga de investidores dos fundos de renda fixa, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, já anunciou mudanças na tributação da poupança para 2010. Ele pretende taxar aplicações acima de R$ 50 mil a partir do ano que vem.

Segundo Mantega, isso deixará de fora os pequenos poupadores, pois dados da equipe econômica indicam que 99% dos investidores da poupança não têm saldo acima de R$ 50 mil nesta modalidade. O temor do Ministério da Fazenda, e do BC, é que o rendimento da poupança, com a queda dos juros, passe a ser maior do que o ofertado por outras modalidades de renda fixa. Com isso, haveria mais dificuldade de o Tesouro Nacional vender seus títulos públicos, pois os grandes investidores poderiam buscar diretamente a poupança.

O problema é que o governo depende da emissão de novos títulos para pagar aqueles papéis que estão vencendo. É a chamada "rolagem" da dívida pública. O governo já anunciou também que há estudos para diminuir a taxação dos fundos de investimento, mas interlocutores do governo avaliam que a medida só acontecerá quando for comprovada uma migração representativa de recursos dos fundos para a poupança. Saldo da poupança

No fim do mês de julho, segundo números divulgados nesta quinta-feira pelo BC, o saldo da caderneta de poupança, ou seja, a totalidade dos recursos aplicados na modalidade, somou R$ 290,33 bilhões. No fechamento de junho, o valor estava em R$ 282,18 bilhões e, no fim de 2008, em R$ 270,44 bilhões. Em julho, os depósitos na poupança somaram R$ 89,93 bilhões, enquanto as retiradas totalizaram R$ 83,26 bilhões.

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