O presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, disse hoje acreditar que o Brasil deve atingir o grau de investimento num prazo n?o muito longo, mais perto de um a dois anos do que em oito ou 10. Ele ressalvou que as ag?ncias de classifica??o de risco passam por um momento delicado, porque erraram avalia?es e n?o previram a crise hipotec?ria americana.
Algo que deixei de fazer ? tentar prever o que v?o fazer as ag?ncias de rating, disse Meirelles na Comiss?o de Assuntos Econ?micos (CAE) do Senado. Agora, elas est?o sujeitas a questionamentos e est?o cuidadosas. Ele lembrou aos senadores que o Brasil teve um upgrade no meio da turbul?ncia, e, por isso, est? caminhando para o investment grade.
Ao fazer uma avalia??o da crise de cr?dito imobili?rio americana, Meirelles mostrou gr?ficos e n?meros para sustentar aos senadores que pa?s o tem resistido ?s turbul?ncias iniciadas em junho. O Brasil n?o enfrentou problemas de liquidez, disse ele, com alguns indicadores como a oscila??o no risco-pa?s e na taxa de c?mbio, mais positivos que os demais emergentes.
Ele citou o aumento das reservas cambiais para US$ 162 bilh?es como um dos elementos de redu??o da vulnerabilidade do pa?s, al?m da infla??o consistente na trajet?ria da meta.
Alguns senadores mostraram-se preocupados com as an?lises que apontam pequena redu??o no custo da d?vida p?blica interna em t?tulos, apesar da queda da taxa b?sica de juro Selic.
O senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), por exemplo, questionou: o governo n?o teria registrado mais economia se tivesse indexado seus pap?is apenas ? varia??o da Selic? Meirelles lembrou que atrelar d?vida soberana a taxas flutuantes ou mesmo ? varia??o cambial n?o ? uma pr?tica favor?vel, pois quando o juro sobe, o endividamento tamb?m cresce. Segundo ele, o Tesouro Nacional segue a pr?tica prudencial de outros pa?ses e busca ampliar a parcela prefixada, para dar maior estabilidade ? d?vida no longo prazo.