Preços invariavelmente mais baratos do que os encontrados nas lojas físicas, em função de impostos e concorrência, é o que leva a Classe C, considerada a nova classe média brasileira, a comprar pela internet - saiba até quanto pagar a menos nas compras online no quadro abaixo.
Descontos, maior poder de escolha e o aumento da segurança nas transações também são outros fatores que seduziram esses novos consumidores virtuais, que têm renda familiar entre R$ 1.064 e R$ 4.591, segundo classificação da FGV (Fundação Getúlio Vargas). As lojas virtuais estão brigando por eles, o que impacta diretamente no preço dos produtos.
Na comparação com as lojas físicas, os descontos médios oferecidos na web chegam a 18% nas categorias mais compradas pela Classe C - grupo consumidor que representa mais de 60% dos novos compradores do setor. Porém, de produto a produto, a diferença pode passar dos 100%, alertam especialistas.
Após uma fase favorável ao consumo com redução de IPI (Imposto sobre o Produto Industrializado) e formas de pagamento facilitadas, o gasto médio dos internautas com renda em torno dos R$ 3.000 para compras pela internet caiu 15% no primeiro semestre de 2012, de R$ 335 para R$ 285.
Segundo a diretora de unidade da empresa de informações do comércio eletrônico e-bit, Cristina Rother, é característico da classe C comprar eletrodomésticos, eletrônicos, computadores e celulares na internet.
- Em 2007, por exemplo, estes itens não estavam entre os mais comprados. Hoje, as vendas de eletrodomésticos vêm aumentando nos últimos anos.
A tática dos sites de compras coletivas, leilão de centavo e lojas virtuais está na adaptação à menor proporção do endividamento em relação à renda por meio dos descontos nos produtos de alto valor agregado.
Televisores são vendidos pelas lojas virtuais com diferença de preço de até 20%, mas sites de compras coletivas, como o Groupon, chegam a fazer ofertas especiais com 98% do preço.
O garimpo nos sites de comparação de preços pode render economia de quase 15% em geladeiras e congeladores, 6% em lavadoras, 7% em fogões, 10% em notebooks e mais de 18% em celulares. Mas, na média, a diferença de preços é de 10% no comércio eletrônico, segundo dados do Índice Fipe-Buscapé. Veja a tabela abaixo.
Porém, o comércio eletrônico brasileiro deve revisar seus números e fazer novas previsões para 2012 mesmo com uma estratégia de descontos mais pesada. Rother revela que o crescimento do mercado on line para 2012 pode ser revisto para baixo.
? Ainda mantemos o crescimento de 25% [previstos], mas acreditamos que haverá uma queda nesse número devido ao comportamento nos primeiros meses de 2012, mas ainda não fechamos qual será.