Após uma reunião com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, nesta quinta-feira, representantes das associações das indústrias de bebidas anunciaram que os preços da cerveja, refrigerante e água vão subir mais de 10% nos próximos dois meses. O índice equivale à inflação medida desde o último reajuste dos preços, em janeiro de 2009.
Segundo o vice-presidente do Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (Sindicerv) e da Associação Brasileira da Indústria de Refrigerantes e Bebidas (Abir), Milton Seligman, a contraproposta do setor ao aumento de impostos não foi aceita pelo governo.
"Nenhum aumento de impostos é bem visto. Nossa proposta era que o governo mantivesse os impostos e, em troca, faríamos um investimento de R$ 7,7 bilhões e geraríamos 60 mil novos empregos, gerando uma arrecadação de mais de R$ 1 bilhão para os cofres. Essa proposta não foi aceita", disse Seligma. Segundo o vice-presidente do Sindicerv e da Abir, Mantega disse que, com o fim da crise econômica, "é hora de voltar à vida normal".
As conseqüências no aumento dos preços ainda não são conhecidas, segundo Seligman, que também é vice-presidente da distribuidora Ambev. Segundo o empresário, os preços do setor, historicamente, só são reajustados uma vez a cada mandato presidencial.