Em 2023, observou-se uma queda no valor da cesta básica em 15 capitais brasileiras, conforme dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). No período de 12 meses, entre dezembro de 2022 e o mesmo mês do ano passado, as principais reduções acumuladas foram registradas em Campo Grande (-6,25%), Belo Horizonte (-5,75%), Vitória (-5,48%), Goiânia (-5,01%) e Natal (-4,84%).
Essa tendência de redução, aliada à valorização do salário mínimo e à expansão da política de transferência de renda, trouxe alívio para as famílias brasileiras, que enfrentaram aumentos de preços acima da média da inflação nos últimos anos. A pesquisa mensal do Dieese, realizada em 17 capitais, destaca que fatores como a questão climática, conflitos externos, câmbio desvalorizado estimulando exportações e o impacto da demanda externa sobre os preços internos das commodities podem representar desafios em 2024.
Na comparação mensal entre novembro e dezembro de 2023, o valor da cesta subiu em 13 cidades, com destaque para Brasília (4,67%), Porto Alegre (3,70%), Campo Grande (3,39%) e Goiânia (3,20%). As maiores diminuições foram registradas em Recife (-2,35%), Natal (-1,98%), Fortaleza (-1,49%) e João Pessoa (-1,10%).
Porto Alegre apresentou o maior custo da cesta em dezembro de 2023 (R$ 766,53), seguida por São Paulo (R$ 761,01), Florianópolis (R$ 758,50) e Rio de Janeiro (R$ 738,61). Já Aracaju (R$ 517,26), Recife (R$ 538,08) e João Pessoa (R$ 542,30) registraram os menores valores médios.
Considerando a cesta mais cara (Porto Alegre), o Dieese estima que o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ser de R$ 6.439,62 em dezembro de 2023, correspondendo a 4,88 vezes o valor do salário mínimo vigente (R$ 1.320,00).
O tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica, considerando um trabalhador remunerado pelo salário mínimo, foi de 109 horas e três minutos em dezembro de 2023. Esse tempo teve uma ligeira elevação em relação a novembro, quando era de 107 horas e 29 minutos, mas uma redução significativa em comparação a dezembro de 2022 (122 horas e 32 minutos).
Ao analisar o comprometimento do salário mínimo líquido para adquirir a cesta básica, descontando o valor referente à Previdência Social, o levantamento mostra que, em dezembro de 2023, o trabalhador comprometeu 53,59% do rendimento, um aumento em relação a novembro (52,82%), mas uma diminuição considerável em comparação a dezembro de 2022 (60,22%). (Com informações da Agência Brasil)