O tradicional arroz-com-feijão tem presença garantida na alimentação diária de quase todas as famílias piauienses. Mas de acordo com especialistas, o preço médio do arroz em 2010 deve ficar mais caro do que os valores comercializados no ano anterior. Tudo isso porque, mesmo o arroz tendo contribuído para a queda no valor da cesta básica em 2009, as muitas chuvas no sul do país ? mais precisamente no Rio grande do Sul que detém cerca de 60% da produção nacional ? prejudicaram a safra. Além disso, o baixo estoque nacional e problemas com produtores asiáticos também contribuíram para essa valorização dos preços que pela estimativa deve registrar um incremento de 12% no valor final que será comercializado nos supermercados.
A alta no preço do quilo do arroz - que é um produto bastante consumido pelos brasileiros independente da região do país - pesa diretamente no bolso do consumidor. De acordo com dados do Ministério da Agricultura, o consumo de arroz pelo mercado interno é de 12,7 bilhões de quilos por ano, o que em uma média aproximada corresponde anualmente a 68 quilos por pessoa. Com os problemas no Rio Grande do Sul, a safra brasileira deve encolher 4,5% e por isso, acabou-se a temporada de queda nos preços.
De acordo com o presidente da Associação Piauiense de Supermercados (Apisu), Raul Lopes, apesar de existir essa tendência de preços mais altos, por enquanto, o consumidor piauiense não vai sentir essa diferença nas gôndolas dos supermercados. ?Ainda temos uma quantidade considerável do produto em estoque e não iremos aumentar os preços. A intenção é de que, quando nosso estoque tiver perto do fim, entraremos em contato com os fornecedores e vamos negociar pra que esse aumento não seja repassado para o consumidor?, destaca. O presidente da Apisu enfatiza ainda que os supermercados estão relutantes em negociar com os fornecedores enquanto o preço estiver tão alto. ?Nós entendemos que o arroz aqui é um artigo de primeira necessidade principalmente para as famílias de baixa renda e por isso tentaremos negociar de todas as formas para que não haja aumento?, explica Raul Lopes.
Em relação ao feijão a tendência é que os preços fiquem estáveis já que os produtores nacionais esperam um crescimento na safra de 4,4% e os estoques são razoáveis. Se nada acontecer de diferente para que a tendência seja alterada daqui para a frente, é sinal que o feijão não deve dar muitas surpresas no orçamento doméstico. (M.R.)