Apesar da inflação, nem tudo subiu de preço no país em 2012. Dos mais de 400 itens que compõem o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), considerado a "inflação oficial" do país, 48 registraram deflação no ano passado, segundo os dados divulgados nesta quinta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A inflação oficial fechou 2012 em 5,84%, segundo o IPCA. Em 2011, a inflação oficial avançara 6,50% e, em dezembro do mesmo ano, 0,50%.
De acordo com o balanço do IBGE, o quiabo foi o produto que registrou a maior queda em 2012 (Veja tabela abaixo).
O preço do vegetal caiu 30,9% no ano passado. Apesar da forte baixa, a deflação é resultado do maior equilíbrio na produção do vegetal e normalização da oferta. Em 2011, problemas climáticos limitaram a oferta, o que provocou uma disparada nos preços -do quiabo - alta de 47,05%, a segunda maior alta do IPCA em 2011 ficando atrás apenas das passagens aéreas, que subiram 52,91% naquele ano.
Depois do quiabo, o destaque de 2012 foi a televisão, com redução de 13,25% no preço médio, de acordo com o IBGE. Na sequência, aparecem banana-maçã (-10,98%) e auomóvel usado (-10,68%), cuja desvalorização foi influenciada pelas prorrogações no desconto no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros novos, que provocou alta nas vendas dos zero quilômetro.
Os dados do IPCA aponta que também caiu o preço de eletrodomésticos como aparelho de DVD (-4,33%), geladeira (-2,28%), liquidificador (-3,26%) e microondas (-2,61%).
Entre os aparelhos eletroeletrônicos, a queda de preços no grupo de itens pesquisados pelo IBGE em 2012 foi de 3,11%.
Maiores altas
Na outra ponta, as maiores altas entre os itens que compõem o IPCA foram verificadas nos preços da farinha de mandioca (91,51%), no feijão-mulatinho (53,8%) e no alho (50,65%).
A seca deste ano no Nordeste prejudicou a produção de mandioca, o que fez o preço da farinha explodir no mercado.
A alta dos preços do grupo de despesas com alimentos, utilizado no cálculo da inflação oficial, ganhou força devido a fatores climáticos que atingiram a produção, ao aumento dos preços no mercado externo e ao crescimento da demanda interna. De janeiro a dezembro de 2012, esse grupo registrou alta de 9,86%. O prato de arroz e feijão, por exemplo, ficou mais de 30% mais caro para os brasileiros.
O mesmo dinheiro que, em dezembro de 2011, comprava 1 kg de arroz, chegou a 2012 comprando 731 gramas do produto, ou 27% menos. No caso do feijão, o que antes comprava 1 kg, agora paga 760 gramas (-24%).
Entre os grupos de gastos pesquisados pelo IBGE, entretanto, o que apresentou a maior variação foi o de despesas pessoais, 10,17%, após fechar em 8,61% no ano anterior. O destaque ficou com o aumento dos serviços dos empregados domésticos, de 12,73%, que exerceram a maior contribuição individual para o avanço do IPCA (0,45 ponto percentual).