O presidente do Banco Mundial (Bird), Robert Zoellick, afirmou nesta terça-feira (6) que os Estados Unidos não estão ameaçados por uma recessão, apesar da crescente preocupação com a maior economia mundial.
"Não acredito que os Estados Unidos e o mundo entrem de novo em recessão", declarou Zoellick durante uma conferência em Cingapura.
A declaração foi feita um dia depois das baixas expressivas nas bolsas europeias motivadas pelos temores de recessão nos Estados Unidos e sobre a crise da dívida na Europa. Wall Street permaneceu fechado por um feriado.
Zoellick repetiu seus alertas de que os líderes europeus precisam enfrentar urgentemente os riscos à dívida soberana da zona do euro, e declarou que a China e a Índia têm difíceis desafios para reagir ao enfraquecimento das economias do Ocidente.
Segundo Zoellick, os líderes dos EUA deveriam empreender a reforma da legislação tributária e ser mais agressivos na negociação de acordos comerciais, mas ele fez uma distinção entre essas preocupações de longo prazo e a crise que a Europa está enfrentando.
"A Europa chegou a um ponto em que eu penso que os desafios para sua liderança são mais iminentes", afirmou. "Nos EUA, eu não quero sugerir que esses problemas podem ser adiados para sempre, mas eles não são tão sensíveis para o mercado", disse.
O relatório mensal sobre o emprego nos Estados Unidos, publicado na sexta-feira, abalou os mercados: as demissões compensaram a criação de postos de trabalho em agosto, quando os analistas apostavam em um saldo positivo de 70.000 contratações.
Economistas afirmaram que o resultado ruim demonstra que os Estados Unidos estavam a ponto de entrar em recessão.
Na última quinta-feira (1º), a Casa Branca reduziu sua previsão para a economia dos Estados Unidos, mostrando que o desemprego pode ficar em média em 9% em 2012 e prevendo um crescimento menor do que o esperado para os próximos anos. A administração do presidente Barack Obama, em sua revisão anual de meio de ano, disse que o crescimento econômico pode desacelerar para 1,7% em 2011. Em fevereiro, a administração federal havia previsto que a economia cresceria 2,7% este ano.
A Casa Branca diz que a nova previsão reflete a deterioração das condições econômicas nos últimos meses. No segundo trimestre deste ano, o Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos cresceu 1,3%, em taxa anual, de acordo com a primeira estimativa.
Desde então, indicadores de vários setores, da produção industrial ao mercado de trabalho, continuam fracos, gerando temores de que a economia pode voltar à recessão.