Com o início da Semana Santa, uma tradição religiosa que celebra a Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo, grande parte das pessoas, principalmente os católicos, têm como tradição, por motivos religiosos, não consumir carne vermelha nesse período. É, portanto, o momento máximo do consumo de peixe, que, segundo muitos nutricionistas, além de ser rico em proteínas, é bem mais saudável. E falou em peixe, falou em mercado público, com as suas tradicionais e conhecidíssimas peixarias.
Em Teresina, o local onde o produto é encontrado em grande quantidade e diversidade, sem contar com a qualidade e higienização, é o Mercado do Peixe, localizado na divisa da zona Leste com a zona Sudeste.
Pela proximidade com a região do Grande Dirceu, o mercado fornece o produto para toda Teresina e mais especificamente para a região Sudeste. Hoje, segunda-feira, as vendas começam a aquecer e, por conta disso, os permissionários aumentam o estoque de peixe, preparando-se para receber um grande número de consumidores.
O permissionário e proprietário de um boxe no Mercador do Peixe, Francisco Xavier, diz que todos os anos é sempre a mesma coisa, ou seja, aumenta o consumo de peixe, ainda mais nessa época e, consequentemente, o preço do produto também dispara. O peixe comercializado no local é proveniente de Belém, Bahia, São Luís e Parnaíba, no Piauí.
Francisco Xavier explica que o mercado abastece todos os grandes mercados de bairros da cidade e, principalmente, o Mercado do Dirceu, pelo fato de ser mais próximo. O consumidor pode encontrar no local quase todos os tipos de peixes, tipo: filé de pescada, salmão, piratinga, branquinha, tambaqui, piranha, até camarão, patinha e carne de caranguejo. Outro permissionário, Israel França, também acredita no aumento das vendas, durante toda esta semana. Ele também está se preparando para isso, ou melhor, a partir de hoje, vai aumentar a compra de peixes, para proporcionar variedade e qualidade para os clientes. ?A partir de hoje, esperamos que as vendas cresçam. Nos preparamos, comprando mais, porque sabemos que as vendas vão aumentar, pelo menos é o que esperamos?, acredita.
A permissionária Maria Aparecida Rodrigues conta que as maiores vendas de seu box, ao longo do ano e mais ainda no período da Semana Santa, são principalmente para as churrascarias e restaurantes do Grande Dirceu. Geralmente, diz ela, são comercializados cerca de mil quilos de peixes por mês, o que costuma ?dobrar? na Semana Santa. Aparecida diz ainda que este ano, a Vigilância Sanitária está exigindo o fardamento para todos os trabalhadores do mercado. O proprietário de cada boxe vai comprar a farda e os empregados vão pagar depois.
Vigilância Sanitária faz fiscalização ?severa?
Por conta da proximidade da Semana Santa, a Vigilância Sanitária de Teresina realizou uma fiscalização, neste final de semana, no Mercado do Peixe, o que, na opinião dos permissionários, provocou complicações na vida dos trabalhadores. ?Não reclamamos da fiscalização, mas da forma como os fiscais chegam ao mercado. Na quinta-feira eles chegaram quebrando os isopores dos boxes, dizendo que não prestavam mais, quando, na realidade, eram isopores que ainda estavam bem conservados. Nós aqui, passamos a manhã toda comercializando e à tarde, fazemos a limpeza de tudo, principalmente dos isopores, que são lavados com sabão, água sanitária e escova. Não tinha necessidade de agir da forma que eles agiram.
Foram muitos os prejuízos. Os fiscais quebraram cerca de oitenta isopores e cada isopor, hoje, custa cerca de noventa reais. Tanto vagabundo sem trabalhar e nós que estamos tentando sobreviver passamos por um constrangimento desses?, desabafa o permissionário Francisco Xavier.
Na opinião dos permissionários, os prejuízos com os isopores irão refletir no aumento no preço dos peixes. ?Eles são quem contribuem para o aumento no preço do peixe. Eles deveriam era orientar os permissionários. E outra coisa, eles só aparecem aqui no período da Semana Santa e peixe a gente vende o ano inteiro. O que eles fizeram foi uma humilhação com os permissionários?, ressaltou.
O permissionário Israel França conta que a revolta dos permissionários foi geral, também porque os fiscais recolheram facas com cabos de madeira e ainda os utensílios utilizados para retirar as escamas de peixes, também de cabos de madeira.