O ritmo acelerado de vendas de veículos neste fim de ano puxou a produção para cima em novembro. De acordo com dados divulgados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), nesta segunda-feira (6), a indústria automobilística nacional fechou o mês com crescimento de 1,6% da produção de veículos (automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus). Ao todo, saíram das linhas de montagem 321.084 unidades no período, contra as 316.012 produzidas em outubro.
Na comparação com novembro de 2009, o crescimento é de 10,1%. No período, haviam sido fabricados 291.535 veículos.
De janeiro a novembro, foram produzidas 3.359.269 unidades. No mesmo intervalo do ano passado, prejudicado pela crise internacional, o total foi de 2.930.159. Assim, o acumulado fecha com alta de 14,6%.
O volume registrado nos 11 meses de 2010 já supera todo o ano de 2009, que havia fechado com 3,18 milhões. O acumulado do ano também supera o ano recorde de 2008, que tinha registrado 3,21 milhões de unidades.
Segundo a última projeção da Anfavea, divulgada em setembro, o ano fechará com, no mínimo, 3,6 milhões de veículos produzidos.
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Por segmento
O segmento de automóveis e comerciais leves cresceu 1,8% em novembro, com 300.365 unidades fabricadas. Já o de ônibus teve queda de 33,3%. Foram 3.085 produzidos no mês, contra 4.628 em outubro.
Por outro lado, o de caminhões registrou expansão de 8,9%, para 17.634 unidades, contra as 16.194 unidades de outubro.
No acumulado no ano, o subgrupo de automóveis e comerciais leves teve alta de 12,7% (3.139.935 unidades fabricadas), o de caminhões, 58% (175.785), e o de ônibus, 34,4% (43.549).
Exportações caem e importações sobem
De acordo com os dados da associação, as vendas externas em valores caíram 6,5%, de US$ 1,31 bilhão em outubro para US$ 1,22 bilhão em novembro.
No entanto, no acumulado, a alta é de 58,1%, de US$ 7,43 bilhões registrados entre janeiro e novembro de 2009, contra US$ 11,75 bilhões no mesmo período deste ano.
Em unidades, a indústria também aponta queda no mês, de 9,8%, com 68.065 veículos exportados em novembro, contra 75.488 em outubro. No acumulado, o crescimento é de 70%. No total, foram exportados nos 11 meses 716.189 veículos. No mesmo período do ano passado, foram 421.294 unidades.
"Não recuperamos o nível de 2008 e nem o de 2005, quando houve recorde de 662 mil unidades exportadas", ressalta o presidente da Anfavea, Cledorvino Belini. "Estamos com déficit muito grande para as exportações".
As importações de veículos feitas exclusivamente pelas montadoras com fábricas no país somam 577.340 unidades no acumulado. O volume é 33,6% superior ao registrado no mesmo intervalo do ano passado, quando entraram no Brasil 432.066 unidades. Somente em novembro foram 66.436 veículos. O volume é 12,2% maior do que o registrado em outubro, de 59.220 unidades.
De acordo com Belini, a balança comercial deverá continuar deficitária para a indústria nacional.
Empregos têm nível recorde
A indústria automobilística nacional fechou o mês de novembro com 135.913 pessoas empregadas diretamente. O nível é 0,5% superior ao do mês de outubro, que terminou com 135.254 contratados. É o melhor número de contratados desde janeiro de 1991. Em relação a novembro de 2009, era 9,7% menor - na época, estavam empregadas diretamente pela indústria de veículos e máquinas agrícolas 123.929 pessoas.
Estoques
Ao somar os estoques, nas montadoras e nas concessionárias, o volume em novembro chegou a 290.986 unidades de veículos. Isso representa 27 dias de vendas. Em relação a outubro, houve queda de três dias, porém Belini afirma que é um nível normal mesmo para um final de ano. Segundo ele, algumas montadoras irão reduzir ou até cancelar férias coletivas para dar conta da demanda de dezembro e janeiro.