A produção nacional de veículos (automóveis, comerciais leves e caminhões e ônibus) teve expansão de 6,6% no mês de maio em comparação com o mês de abril. Com os ajustes de estoque e vendas, ainda em patamar elevado, saíram das linhas de montagem 309.629 unidades, contra as 290.325 registradas no período anterior. No acumulado (de janeiro a maio), o crescimento é ainda maior, de 20,7%.
Os dados foram divulgados nesta terça-feira (8) pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
Neste ano, já foram produzidas 1.433.933 unidades. No mesmo intervalo do ano passado, prejudicado pela crise internacional, o total produzido foi de 1.187.897 veículos.
O mês de maio foi positivo para todos os segmentos, assim como o acumulado do ano. No mês o segmento de automóveis e comerciais leves cresceu 7%, com 289.503 unidades fabricadas. O segmento de caminhões cresceu 1%, para 15.802 unidades.
Já o de ônibus teve forte crescimento, de 7,2%. Foram 4.033 unidades produzidas em abril, contra 4.324 unidades em maio.
No acumulado, o segmento de automóveis e comerciais leves teve alta de 18,6% (1.341.189 unidades fabricadas), de caminhões 67% (73.433 unidades) e de ônibus, 44,9% (18.311).
Em junho, termina o desconto do IPI sobre caminhões. Como o segmento é o mais suscetível à crise internacional, o presidente da Anfavea, Cledorvino Belini, afirmou que vai negociar com o governo a manutenção do benefício fiscal.
Estoques
Os estoques na indústria fecharam maio com 56.250 unidades, o que corresponde a 6 dias de vendas. O volume é somado às 233.096 unidades estocadas nas concessionárias, o que corresponde a 28 dias. Assim, o setor soma 289 mil unidades em estoque, ou 34 dias de vendas.
"Crescemos 47 mil unidades em estoque em todo o setor. É um nível aceitável ao considerar que existem 4,2 mil concessionárias em todo o país", avalia Belini.
Exportações
A saída gradativa dos mercados externos diante da crise já reflete nos números de exportação de maio. De acordo com os dados da Anfavea, as vendas externas em valores subiram 27,2%, de US$ 930,3 milhões em abril para US$ 1,18 bilhão em maio.
No acumulado, a expansão é de 63,3%, de US$ 2,89 bilhões registrados entre janeiro e maio de 2009, contra US$ 4,71 bilhões no mesmo período deste ano.
"Não podemos esquecer que os números do ano passado estavam contaminados pela crise, que durou até o primeiro semestre de 2009", ressalta o presidente da Anfavea. Segundo ele, o patamar de 2008 não foi atingido. "Em 2008 exportamos no período 5,6 bilhões de dólares", destaca.
Em unidades, a alta no mês é de 38,1%, de 49.343 veículos exportados em abril, para 68.163 em maio. No acumulado, a alta é de 78,6%. No total, foram importados nos primeiros cinco meses do ano 288.146 veículos. No mesmo período do ano passado, foram 161.295 unidades.
A previsão da Anfavea é que os números melhorem nos próximos meses com a ajuda do pacote do governo federal de auxílio às exportações brasileiras.
Empregos
A indústria automobilística nacional fechou o mês de abril com 129.807 pessoas empregadas diretamente. O nível é 0,8% superior ao do mês de abril, que terminou com 128.839 contratados. Em relação a maio de 2009, o nível de empregos no setor é 7,8% maior - na época estavam empregadas pela indústria 120.377 pessoas. O nível de contratações já se assemelha ao de julho de 2008, quando a indústria ainda não tinha passado pela crise econômica.
4º maior mercado do mundo
Esse cenário reflete a força do mercado brasileiro - mesmo sem desconto sobre o IPI - e também a recuperação dos mercados externos, especialmente aqueles que são clientes das fabricantes de caminhões no Brasil.
De acordo com Belini, o volume vendido no país de janeiro a maio (1,32 milhão de unidades) garante a 4ª colocação mundial em vendas. Assim, o Brasil já supera o mercado da Alemanha. "O Brasil vive situação completamente diferente da Europa, com PIB previsto em 6% este ano. Temos a expansão do crédito muito significativa, e o aumento da renda. Todos esses fatores justificam o nível da demanda", ressalta o presidente da Anfavea.
A previsão da entidade é de que as vendas de veículos fechem 2010 no patamar de 3,4 milhões de unidades.