Produção e emprego industrial caem, enquanto estoques avançam, diz CNI

Sondagem Industrial diz que indicador de produção é o menor desde 2010

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A produção e o emprego industrial recuaram em junho, na comparação com maio, ao mesmo tempo em que os estoques da indústria avançaram, segundo informações divulgadas nesta sexta-feira (18) pela Confederação Nacional da Indústria, por meio da Sondagem Industrial.

O levantamento foi realizado com 2.115 empresas de todo o pais, sendo 849 pequenas, 770 médias e 496 grandes companhias, entre 1 e 11 de julho.

"O quadro negativo da indústria - baixa atividade, queda no número de empregados e estoques em elevação - aprofundou-se em junho. O resultado deste mês, possivelmente afetado pela realização da Copa do Mundo, foi excepcionalmente negativo", avaliou a entidade.

Produção e emprego industrial

Ainda de acordo com a CNI, o índice de evolução da produção somou 39,6 pontos em junho, contra 48,4 pontos em maio. Valores acima de 50 pontos indicam aumento da produção e, abaixo, queda. Trata-se do menor índice desde 2010.

"Foi o oitavo mês consecutivo em que o índice manteve-se abaixo da linha divisória de 50 pontos, indicando queda na produção. A distância do índice para a linha divisória dos 50 pontos - 10,4 pontos - indica que a queda na produção foi intensa", avaliou a Confederação Nacional da Indústria.

Já o índice de evolução do número de empregados da indústria caiu para 45,2 pontos em junho deste ano, contra 46,8 pontos em maio. "A queda do número de empregados é comum às empresas de todos os portes e se estende pelos setores da indústria extrativa e de transformação, exceção feita apenas a "Fumo" e "Extração de Minerais não Metálicos", informou a entidade.

Estoques sobem

O levantamento também mostrou um aumento dos estoques. Neste caso, o indicador somou 51,7 pontos no mês passado, contra 51,5 pontos em maio. Valores acima de 50 pontos indicam crescimento dos estoques. Já o indicador de estoques em relação ao planejado pelas empresas também subiu no mês passado, para 52,1 pontos, contra 51 pontos em março.

"A indústria voltou a acumular estoques indesejados. O acúmulo de estoques é mais significativo entre as grandes empresas, para as quais o índice aumentou 1,7 ponto e alcançou 54,8 pontos", informou a CNI.

Principais problemas e situação financeira

O levantamento da CNI mostra ainda que o principal problema apontado continuou sendo a alta carga tributária, assinalado por 54,5% das empresas, contra 58,3% no fim de março. Já a falta de demanda ganhou espaço, subindo de 27,6% em março para 40,7% dos empresários consultados em junho deste ano.

"Destaca-se a importância de falta de demanda entre os principais problemas enfrentados no segundo trimestre de 2014. O problema só perde em importância para a elevada carga tributária", observou a Confederação Nacional da Indústria.

A situação financeira, ainda segundo a pesquisa, também piorou no segundo trimestre. O índice de satisfação com a situação financeira caiu para 44,6 pontos em junho, contra 47,2 pontos em março deste ano. "Diferentemente do observado no primeiro trimestre de 2014, mesmo grandes empresas mostram situação financeira ruim", informou a entidade.

Expectativas mais otimistas

Do lado das expectativas, porém, a Sondagem Industrial mostrou melhora. O índice aumentou de 53,7 pontos em junho para 55,2 pontos em julho deste ano - o que, segundo a CNI, denota um "aumento do otimismo". "Apesar do aumento do índice, esse permanece abaixo do usual para o mês, o que revela que o otimismo é moderado", informou a CNI.

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