A semana foi muito difícil para milhares de famílias atingidas pela enchente. Muitos agricultores ainda estão calculando os prejuízos. Ainda não há um levantamento sobre as perdas da agricultura no conjunto do estado.
Guarapuava, no sul do Paraná, foi um dos municípios mais atingidos pela enchente. A população ficou sem água potável. Com as estradas interditadas, produtores de leite, como o produtor Vanderley Kuachinhak, não conseguiram vender a produção. ?Mais de 500 litros. A gente distribuiu para os vizinhos e fizemos queijo?, conta.
O agricultor Arani Hilário Santos perdeu 90% da plantação de hortaliças. ?Toda a produção ficou comprometida. O que não foi embora com a enchente, a chuva forte acabou estragando?, disse.
A chuva que atingiu a região durou dois dias. O problema foi o volume: três vezes maior do que o previsto para todo o mês de junho. Trinta e cinco estradas ficaram bloqueadas e pontes foram destruídas.
O rio Iguaçu encheu e as comportas de várias usinas tiveram que ser abertas para escoar o excesso de água, provocando estragos. Em Quedas do Iguaçu houve desmoronamentos. O agricultor que morava em uma casa morreu soterrado. Em Nova Prata do Iguaçu 150 casas foram atingidas e 10 destruídas.
No oeste do estado, prejuízo para os criadores. Além de vir em grande quantidade, a chuva chegou num período delicado: a colheita. Muitos produtores queriam ter entrado com as máquinas há dias. A maioria vai colher menos do que tinha previsto
Assim que o sol apareceu, o agricultor Dirceu Krebbs correu para lavoura. Mesmo com as sementes úmidas ele não quis esperar. ?Isso não foi chuva, foi um dilúvio. Agora acabou afetando a qualidade do feijão. Creio que afetou uns 30%. É muito difícil que vá pagar os custos?, completou o agricultou.