governo respaldou a decisão da Anatel de suspender a vendas de três das maiores operadoras de telefonia móvel do país e encarou a medida como um "basta" à má qualidade dos serviços.
"Tem hora que não dá. Não podemos ficar numa posição completamente indefensável. Estavam nos procurando até na rua para reclamar", disse o ministro Paulo Bernardo (Comunicações).
As vendas foram interrompidas a partir das reclamações crescentes de consumidores à Anatel. O maior problema reportado é a interrupção de chamadas em curso.
A medida também atinge a comercialização de internet por TIM, Oi e Claro. As empresas podem recorrer da decisão à própria Anatel.
A TIM foi a empresa proibida de vender no maior número de Estados (18, além do DF). A Claro foi punida em três unidades da Federação, incluindo São Paulo. A Oi, em cinco.
Essas empresas terão 30 dias para apresentar um plano "convincente", nas palavras do ministro, se quiserem retomar as vendas.
"A medida é extrema", disse o presidente da Anatel, João Rezende. "Somos favoráveis a planos agressivos, mas o aumento da planta de clientes tem que acompanhar os investimentos."
Um representante da Embaixada da Itália procurou o ministério para reclamar. As ações da italiana TIM caíram 2,8%, num dia em que a Bolsa subiu 1,25%. A Oi perdeu 4,5%.
"Isso não é um problema diplomático, mas de consumidor", disse Bernardo.
A Anatel informou que vai cobrar melhorias em quatro áreas: qualidade de rede, completamento de chamada, fim da interrupção nas ligações e melhora no atendimento aos clientes, os chamados call centers.
A Anatel também exigirá da Vivo que apresente um planejamento para melhorar a qualidade do serviço.
Como o número de queixas não é tão alto quanto nas demais, não está prevista suspensão nas vendas. Isso só ocorrerá se a Vivo não apresentar o planejamento ou não cumprir acordo que fizer com a agência.