O ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, apresenta na próxima semana à presidente Dilma Rousseff um projeto que pretende levar mais usinas de etanol à região do semiárido brasileiro, no Nordeste.
O principal objetivo é, além de ampliar a produção do combustível no Brasil, impulsionar o programa de irrigação na região, cujo investimento poderá alcançar R$ 5 bilhões por meio de PPPs (parcerias público-privadas).
Aliados à irrigação, o clima seco, a alta incidência de luz solar e as chuvas concentradas em poucos meses do ano fazem da região uma das melhores do Brasil para o cultivo da cana-de-açúcar.
Segundo pesquisas da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), a cana-de-açúcar plantada na região chega a ter produtividade de 200 toneladas por hectare no ciclo mais alto.
A condição ideal afastaria o risco de quebra da safra da cana por condições climáticas, como ocorreu neste ano na região centro-sul do país, e a consequente elevação dos preços dos combustíveis por falta de oferta de etanol.
Coelho disse que só o faria após falar com a presidente. Na semana passada, o ministro esteve na Austrália a convite do Banco Mundial conhecendo programas de irrigação de culturas.
Lá, ele também conheceu o agave --planta parecida com a babosa, que pode ser uma alternativa à cana na produção de etanol.
O agave também é conhecido por produzir a tequila e passará a ser estudado pela Embrapa e pela Codevasf (empresa ligada ao Ministério da Integração Nacional) como alternativa à cana.
Segundo informou o próprio ministério, alguns estudos apontam que a produtividade de etanol por hectare à base de agave é bastante superior à da cana-de-açúcar, chegando a dobrar.
Outra vantagem do agave é sua aptidão para o semiárido, tornando-se uma alternativa para a produção de biocombustíveis.