Um dia após a cerimônia em que a presidente Dilma Roussef reclamou dos juros e spreads praticados no Brasil, a Proteste (empresa de pesquisa) informou nesta quarta-feira ter encontrado, em levantamento, uma taxa superior a 600% ao ano em cartões ligados a varejistas.
O spread bancário representa a diferença entre a taxa que os bancos pagam para captar recursos e os juros cobrados dos clientes.
Entre os juros cobrados por supermercados que oferecem o cartão "private label" --com marca própria--, a Proteste encontrou taxas de até 621,38% ao ano.
Entre os postos de combustível pesquisados, a maior taxa foi de 549% ao ano aos consumidores.
Como comparação, a taxa de juros média apurada pela Anefac (Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidad), calculada com base em cinco modalidades de crédito, fechou fevereiro em 108,87%.
Para a pesquisa, a Proteste comparou cartões de marca própria de quatro redes de postos de combustível e de seis varejistas.