Um levantamento inédito feito pela Câmara Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo birô de crédito SPC Serasa fez com que instituições mapeassem a situação financeira dos brasileiros entre 18 e 24 anos, que dão os primeiros passos profissionais. Com informações do Estadão.
Atualmente, 4 entre 10 jovens estão ou já estiveram com o nome sujo. O principal motivo é a necessidade de contribuir com as despesas domésticas, associado ao descontrole com as finanças pessoais.
Fonte: CNDLe SPC/Serasa. Reprodução/Estadão
Dos entrevistados, 78% possuem alguma fonte de renda, sendo que 65% afirmam contribuir financeiramente para o sustento da casa. O principal comprometimento é com a alimentação (51%). A pesquisa ouviu 801 jovens, entre homens e mulheres de todo o Brasil, de 20 de fevereiro a 6 de março.
O endividamento da moçada não é muito diferente do resto dos brasileiros mais velhos, já que 40% da população total do País terminou 2018 endividada, segundo a CNDL. Mas é mais preocupante, pois indica que as gerações mais novas não vêm sendo educadas financeiramente – e o problema tende a persistir. “É necessário realizar algum tipo de política pública para aumentar a educação financeira dessa população”, diz Daniel Sakamoto, gerente de projetos da CNDL.
Desemprego
Pelo fato de o estudo ter sido o primeiro a ser realizado com esse corte de faixa etária, é difícil inferir o impacto da crise econômica nessa população. Ou do desemprego, que chega a 30% entre os jovens, ante 13% da população geral. “Não há parâmetros de comparação, mas com certeza as famílias enfrentam agora alto desemprego e gargalo de consumo”, diz. “Exatamente por isso, o jovem precisa contribuir mais com as contas de casa, o que aumentou o problema.”
Dados da pesquisa mostram que, entre as dívidas de longo prazo, 26% dos jovens que se declaram endividados estão comprometidos com pagamentos de crediários e carnês, 21% têm parte do orçamento destinado à amortização de empréstimos pessoais e consignados e outros 21% tentam quitar as parcelas de financiamento para automóveis. “O que identificamos é que, com a crise, eles precisam ajudar em casa e acabam se enrolando com esses gastos de longo prazo”, afirma Sakamoto.