A queda de 39% no lucro da Petrobras no 3º trimestre aumenta a pressão para um reajuste no preço da gasolina e do diesel até o final do ano.
Um aumento no preço dos combustíveis vem sendo discutido com o governo, mas ainda não há previsão de quando irá ocorrer.
Rumores de mercado apontam que a gasolina e o diesel podem ficar entre 5% e 7% mais caros até o final do ano.
A Petrobras (PETR3 e PETR4) compra derivados de petróleo no exterior por um preço maior do que vende no mercado interno. A medida é uma forma de ajudar o governo no controle da inflação.
Como as negociações internacionais são feitas em dólar, a valorização da moeda norte-americana no ano, que já chegou a 20% em 2013, prejudica os resultados da petrolífera.
Segundo a empresa, as importações de derivados de petróleo (como a gasolina e o diesel) dispararam 89% no 3º trimestre.
A alta nos preços daria alívio para a Petrobras pagar os R$ 6 bilhões pelo campo de Libra. A empresa possui 40% do consórcio vencedor, e o dinheiro terá que ser pago à vista em cerca de 30 dias.
"Ainda que tenhamos tido quatro reajustes de preço de diesel e dois de gasolina nos últimos 16 meses, totalizando 21,9% e 14,9% de aumento, respectivamente, a forte depreciação do Real verificada desde maio de 2013, chegando a 22% de desvalorização, fez com que a defasagem voltasse a crescer nos últimos meses", afirmou a presidente da estatal, Maria das Graças Foster, em nota.
Gasolina e diesel já subiram no ano
Com o crescimento acelerado da demanda por gasolina no Brasil nos últimos anos devido à expansão da frota de automóveis, a Petrobras passou de exportadora a importadora de gasolina. E as importações de petróleo também cresceram, para alimentar as refinarias que têm produzido em níveis cada vez mais elevados, perto de 100% de utilização da capacidade instalada.
O diesel foi reajustado duas vezes este ano pela Petrobras--com altas de 6,6% em janeiro e 5% em março--, enquanto a gasolina teve uma alta de 5,4% em janeiro.
Na gasolina, o governo tentou amenizar o impacto sobre a inflação com aumento na proporção de etanol misturado no combustível, de 20% para 25%, mas a decisão só foi executada em maio.