Racionamento de água afeta 500 mil em região que abastece Cantareira

Represa de Bragança Paulista, no interior de SP, que faz parte do sistema Cantareira, está quase seca

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Ameaça na capital, o racionamento de água já é realidade no interior de São Paulo. Quase meio milhão de moradores da região de Campinas (93 km de São Paulo) passa ou já passou, desde o começo de fevereiro, pela situação. Das 75 cidades abastecidas direta ou indiretamente pelas águas do Sistema Cantareira --o mesmo que abastece parte da capital e região metropolitana--, seis já tiveram de racionar o fornecimento de água na região de Campinas: Santo Antônio de Posse, Itu, Vinhedo, Valinhos, São Pedro e Cosmópolis.

A região de Campinas e a Grande São Paulo são abastecidas pelo mesmo sistema hídrico, o Cantareira. Entre as fontes do sistema, estão as bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí --também chamadas de bacias PCJ--, que ficam na região de Campinas.

Cerca de 14 milhões de pessoas que dependem das águas do Cantareira para o consumo. Desse total, perto de 9 milhões estão na capital e outros 5 milhões na região de Campinas.

Embora a relação populacional seja menor que um para três, a divisão da água do Cantareira tem uma proporção bem diferente.

A Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) tem autorização para captar até 31 metros cúbicos por segundo das águas do Sistema Cantareira para a Grande São Paulo. Para as cidades da Bacia PCJ, o limite é significativamente menor: cinco metros cúbicos por segundo.

A ANA (Agência Nacional de Águas) e o DAAE (Departamento de Águas e Energia Elétrica) determinaram nesta semana que a captação seja reduzida para 27,9 metros cúbicos por segundo para a Grande de São Paulo e para três metros cúbicos por segundo para a região de Campinas a partir de segunda-feira (10).

O Ministério Público Estadual em Piracicaba (160 km de São Paulo) contestou nesta sexta-feira (7) a redução de quatro para três metros cúbicos por segundo na vazão primária das bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, que abastecem a região de Campinas.

O promotor Ivan Carneiro Castanheiro entende que o interior está sendo prejudicado em benefício da Grande de São Paulo. A ANA afirmou que a redução foi determinada após avaliações do sistema e "tem o objetivo de adequar a oferta à demanda" de água.

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