Receita fiscaliza mais e passa a receber dados de cartões de crédito e PIX

Regra foi anunciada em setembro e entrou em vigor na virada do ano. Transações de janeiro a junho, por exemplo, deverão ser informadas ao Fisco em agosto deste ano.

Receita fiscaliza mais e passa a receber dados de cartões de crédito e PIX | Foto: Agência Brasil
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Com a virada do ano, a Receita Federal ganhou novos instrumentos de fiscalização sobre transações financeiras. Agora, o órgão receberá dados de movimentações realizadas por administradoras de cartões de crédito e instituições de pagamento (IP). Essas instituições, de menor porte, facilitam compras, vendas e transferências de recursos, mas não oferecem empréstimos ou financiamentos. 

A ampliação da fiscalização, anunciada em setembro de 2024, entrou em vigor no início de 2025. Os fatos geradores de janeiro a junho deste ano, por exemplo, devem ser entregues ao Fisco até agosto de 2025.

Agora, além das movimentações bancárias, como PIX, investimentos, seguros e previdência privada, a Receita Federal também receberá dados sobre pagamentos feitos com cartão de crédito e transações realizadas por meio de empresas de pagamento.

Declaração semestral

Essas informações serão repassadas por meio de uma declaração semestral, chamada de "e-Financeira". Isso ocorrerá quando o montante global movimentado, em cada mês, por tipo de operação financeira, for superior a:

  • R$ 5 mil para pessoas físicas; ou
  • R$ 15 mil para empresas.

Esses dados serão incorporados à base de dados da Receita Federal com objetivo de "identificar irregularidades e dar efetividade ao cumprimento das leis tributárias".

HISTÓRICO

Com o fim da CPMF em 2007, foi criada a Declaração de Informações sobre Movimentação Financeira (Dimof), que passou a ser substituída pela e-Financeira em 2015, dentro do Sistema Público de Escrituração Digital (Sped). A e-Financeira passou a incluir dados sobre investimentos, seguros e previdência, tornando a Dimof desnecessária a partir de 2016. 

Na "e-Financeira", segundo o órgão, as instituições não informam as transferências bancárias específicas, mas "apenas os valores globais a débito e crédito consolidados mensalmente por conta e por contribuinte".

Na avaliação da Receita Federal, os dados da e-Financeira "são uma base importante de dados para a Receita Federal e têm ganhado uma importância crescente no mundo todo em razão da necessidade de transparência, conformidade e combate a ilícitos". 


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