O anuário MultiCidades – Finanças dos Municípios do Brasil divulgou dados abrangentes sobre as finanças municipais brasileiras no ano de 2022. Conforme os relatórios, mesmo com o crescimento das despesas em comparação às receitas, as prefeituras conseguiram manter um equilíbrio nas contas, encerrando o ano com disponibilidade de caixa.
A capital São Paulo obteve, em 2022, receita de R$ 85.780.859.281,17, liderando o ranking das cidades brasileiras. As receitas superaram as despesas, que foram de R$ R$ 83.970.582.803,68. Em seguida, na lista de receitas vem Rio de Janeiro, com R$ 31.767.909.951,31, no entanto, as despesas da capital carioca foram maiores, totalizando R$ 32.683.127.754,64. Em terceiro, com maior receita, vem Belo Horizonte, seguida por Curitiba (4º). A capital mais bem colocada do Nordeste, Fortaleza, aparece em 5º lugar em arrecadação de receitas no ranking nacional.
A receita total dos municípios atingiu a marca de R$ 1,028 trilhão, enquanto a despesa total municipal ficou em R$ 996,7 bilhões. Excluindo juros e amortizações de dívidas, todos os outros grandes grupos de despesas apresentaram aumento. As administrações municipais direcionaram seus recursos principalmente para investimentos e para recuperar despesas relacionadas à educação.
A economista Tânia Villela, editora do anuário, explicou que o aumento das despesas, atingindo 16,2%, ultrapassando o crescimento das receitas, que ficou em 10%, teve impacto no indicador de liquidez. Esse indicador revela se o município possui recursos desvinculados suficientes para cumprir outras obrigações financeiras.
Em 2022, aproximadamente 70% dos municípios registraram suficiência financeira, um nível ligeiramente inferior ao observado em 2021 (75,5%), mas ainda representou o segundo maior percentual desde 2015. Simultaneamente, houve um aumento no comprometimento da receita corrente com despesas correntes, incluindo amortizações de dívidas, que passou de 87,9% em 2021 para 90,7% em 2022. Apesar de não ser tão favorável quanto em 2021, esse indicador é o segundo melhor desde 2012, destacou a economista.