Pesquisa da Conab indica que o Piauí terá uma safra total de grãos de 1.634.700 toneladas com crescimento de 10,78% em relação à safra 7/08 que alcançou 1.475.600 toneladas. Fatores climáticos diversos em que se destacam a ausência de chuvas e o excesso delas provocaram uma queda na produção de feijão no Estado do Piauí pelo menos em relação a previsão do mês de abril levantada pela Conab. A queda foi da ordem de 70%, mas, mesmo assim, a safra será maior que a registrada no ano agrícola 07/08 que foi de 65.300 toneladas devendo a colheita alcançar 70.800 toneladas.
O cultivo do feijão teve sua área ampliada no ano agrícola 2008/2009 num total de 2 mil hectares representando variação de 0,84% em relação ao ano anterior, enquanto o rendimento (kg/ha) também aumentou de 274 quilos por hectare (2007/2008) para 295 quilos por hectares na safra 2008/2009 com variação de 7,52%. O superintendente regional da Conab, José Nilson, informou que o levantamento de junho com dados obtidos em pesquisa no mês de maio apresentou quadro totalmente diferente da projeção realizada na pesquisa anterior, tendo em vista os fatores climáticos.
A estiagem na região Sul e o excesso de chuvas no Nordeste devem levar o Brasil a colher na safra 2008/09 quase 10 milhões de toneladas de grãos a menos que no ciclo passado. O nono acompanhamento divulgado pela Conab mostra uma queda de 6,9% na colheita, saindo de 144,11 para 134,15 milhões de toneladas. Já a área plantada cresceu de 47,4 para 47,6 milhões de hectares.
Responsável por 39,89% da produção nacional, o Sul é a área mais prejudicada pelo clima, com diminuição de 10,2% da produção, estimada agora em 53,52 milhões t. No Centro-Oeste a safra será de 48,04 milhões t (-4,8%), no Sudeste 16,77 milhões t (-3,8%), no Nordeste 11,95 milhões t (-4,9%) e na região Norte 3,87 milhões t (-4,3%).
Das 14 culturas avaliadas pela Conab, apenas o arroz registra crescimento. Com mais de 80% da colheita concluída, a produção será de 12,74 milhões t, um recorde nacional. O melhor resultado até então foi registrado na temporada anterior, com 12,06 milhões t. Já a produção de feijão se mantém estável em 3,52 milhões t.
?Mesmo diante de todas as adversidades climáticas, o Brasil vai colher a segunda maior safra da história. Estamos mantendo um crescimento de mais de 60% nos últimos 10 anos?, diz o presidente da estatal Wagner Rossi. Segundo ele, a produção é suficiente para garantir o abastecimento interno e para manter aquecidas as exportações agrícolas do país.
Na região Nordeste (Sul do Maranhão e Sul do Piauí), a colheita está em fase final. Cabe salientar que, em face do prolongamento do período chuvoso, a cultura apresentou perdas em produtividade, todavia não tão significativa quanto se esperava, mas principalmente na qualidade do produto.
O mês de abril encerrou-se com ausência de chuvas na Região Sul e no Sudeste do Mato Grosso do Sul e com excessos significativos no Nordeste do país, principalmente nos Estados do Maranhão, Piauí e Ceará, o que prejudicou, sobremaneira, as safras de grãos dessas regiões. No Nordeste, foi confirmado neste levantamento o dano causado pelo excesso de chuvas às safras de grãos da maioria dos Estados.
Muitas lavouras foram destruídas por enchentes e as que resistiram - plantadas nas áreas mais altas e mais distantes das barragens, estão sendo prejudicadas pela dificuldade de acesso e escoamento da produção, e pelo excesso de umidade durante a maturação, o que tem prejudicado muito a qualidade dos grãos.
A safra de arroz foi a menos prejudicada, pois tolera uma umidade maior no solo. Os principais danos ocorreram nos Estados do Maranhão, Piauí e Ceará e acarretaram perdas significativas para a produção de soja, feijão e milho. No Oeste da Bahia, o excesso de chuvas também tem prejudicado o final do ciclo da soja e do algodão, que já indicavam uma possibilidade de perda em função da estiagem na época.
Para a região Nordeste, observa-se uma redução de 4,8%, ou 791,2 mil toneladas, decorrente das altas precipitações pluviométricas verificadas no mês de maio.
As culturas mais prejudicadas pelas chuvas excessivas foram a soja com menos 656,1 mil toneladas, seguida do algodão em caroço, com menos 292,0 mil toneladas e do feijão 2ª safra, menos 53,3 mil toneladas.
A região Nordeste, segunda maior produtora, que contribui com 35,3% da produção nacional de algodão em caroço, apresenta redução de 21,3%. Esta retração é notada no Estado da Bahia, região Oeste, no Sul do Maranhão e Piauí. A falta de chuva, verificada em fevereiro e março, e o excesso ocorrido em abril e maio comprometeram as lavouras, ocasionando apodrecimento de maças (do baixero) e fungos no algodão, comprometendo assim a produtividade média regional.