Saraiva demite todos os funcionários e pode fechar últimas 5 livrarias

Cerca de 150 colaboradores foram dispensados, abrangendo áreas administrativas na sede da companhia e as últimas cinco lojas físicas em funcionamento no país

Saraiva demite todos os funcionários e pode fechar últimas 5 livrarias | Divulgação
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A Saraiva, rede de livrarias que entrou em processo de recuperação judicial em 2018, realizou demissões em massa em seu quadro de funcionários na quarta-feira (20). Cerca de 150 colaboradores foram dispensados, abrangendo áreas administrativas na sede da companhia e as últimas cinco lojas físicas em funcionamento no país. A notícia foi inicialmente divulgada pelo site PublishNews e posteriormente confirmada pela Folha. 

Até o momento, a Saraiva não emitiu um pronunciamento oficial. Com essas demissões, a continuidade das operações da empresa fica comprometida, podendo resultar na falta de funcionamento das lojas físicas e do site saraiva.com a partir desta quinta-feira (21), conforme informações de uma fonte próxima ao processo.

A Saraiva tem hoje cinco lojas físicas, sendo quatro no estado de São Paulo e uma em Campo Grande (MS). Na cidade de São Paulo restam duas --no Shopping Aricanduva, zona leste, e na Praça da Sé, no centro. Há também uma unidade em Santo André e outra em Jundiaí. Conforme o último balanço financeiro da empresa, referente ao segundo trimestre deste ano, a receita líquida de lojas físicas no período foi de R$ 7,2 milhões --o que representa uma queda de 60,2% em relação ao mesmo período do ano anterior. No site, as vendas líquidas foram de R$ 100 mil, uma queda de 78,6% em relação ao segundo trimestre de 2022. No período, a companhia registrou um prejuízo líquido de R$ 16,1 milhões.

No início desta semana, dois membros do conselho renunciaram às posições acusando a existência de uma falsa ata do Conselho de Administração assinada pelo presidente. "A Companhia se encontra em recuperação judicial e com situação complexa frente ao cenário econômico do varejo brasileiro. Como já apresentado em fatos relevantes, a atividade da Companhia reduziu-se expressivamente e, infelizmente, alguns pagamentos, inclusive o de Conselheiros, estão atrasados, o que, provavelmente, irá gerar outras renúncias de conselheiros eleitos", disse a empresa em fato relevante publicado na terça (19).

A trajetória da recuperação judicial da Saraiva começou em novembro de 2018, quando a empresa enfrentava uma dívida de aproximadamente R$ 675 milhões. A situação financeira da Saraiva foi agravada pela pandemia, resultando em quedas significativas no faturamento, levando ao fechamento de várias filiais, uma situação semelhante à da Livraria Cultura. Em abril de 2020, a Saraiva precisou demitir 500 funcionários após negociações com o Sindicato dos Comerciários de São Paulo. No ano de 2021, a tentativa da rede de realizar um leilão para vender parte de suas operações não teve êxito, pois nenhum comprador habilitado demonstrou interesse. Esse movimento fazia parte do acordo de recuperação judicial da empresa, que já foi considerada a maior varejista de livros do Brasil. 

(Com informações da Folhapress)

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