O aumento nos preços das frutas, verduras e da tarifa de ônibus fizeram a inflação de janeiro medida pelo governo atingir 0,75%, o maior índice desde maio de 2008 - quando ficou em 0,79%.
O dado divulgado nesta sexta-feira (5) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) é superior ainda ao resultado de dezembro do ano passado, quando o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) ficou em 0,37%.
O IPCA se refere a alteração dos preços nos produtos para famílias com renda mensal de um a 40 salários mínimos (de R$ 510 a R$ 20,4 mil), residentes nas principais áreas cidades do país.
No caso das frutas e verduras, o vilão do bolso do consumidor foi a chuva, que prejudicou as lavouras e fez os produtores repassarem o produto mais caro no supermercado. O aumento da tarifa de ônibus em São Paulo, em 17,4% pela prefeitura, também pesou na conta do IBGE. Em janeiro, o bilhete passou de R$ 2,30 para R$ 2,70.
Para 2010, o governo federal mantém a meta de inflação de 4,5%, com possibilidade de chegar a 2,5% ou alcançar 6,5%.
No setor de alimentação, a cenoura ficou 12,21% mais cara, a batata-inglesa subiu 10,80% e as hortaliças, 8,44%. O feijão, arroz, carnes e leite tiveram pequenos aumentos. No grupo transportes, além do aumento da tarifa de ônibus contribuíram na inflação a alta de 11% no preço do álcool.
Por cidade, a inflação foi mais alta em São Paulo e no Rio de Janeiro, onde o índice marcou 1%. Na outra ponta da tabela, Brasília e Recife registraram as menores elevações do indicador. Na capital pernambucana, os preços do gás de cozinha e da gasolina caíram cerca de 1% cada.
Baixa renda
A inflação da classe média, medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), ficou em 0,88% em janeiro, superior ao registrado em dezembro - quando ficou em 0,64%. O indicador mede o custo de vida para famílias que ganham entre um e seis salários mínimos mensais (de R$ 510 a R$ 3.060), sendo como parâmetro nas negociações de reajustes salariais.
A maior alta da inflação da baixa renda foi verificada em São Paulo (1,5%), onde a tarifa de ônibus subiu quase 20% e tem impacto direto no bolso do consumidor que usa o transporte público para se deslocar.