A indústria teve a maior queda histórica no nível do emprego no ano passado, com redução de 5,3% nos postos de trabalho na comparação com 2008, segundo pesquisa divulgada nesta terça-feira (9) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Esse foi o menor resultado registrado desde o início da medição em 2002.
O número de horas pagas também teve a maior redução na história ? de 5,6% em 2009 frente ao ano anterior. Embora o resultado seja negativo, os analistas do IBGE apontam que a retomada no nível de produção industrial no final do ano passado já sinaliza uma retomada do setor em 2010.
O número de demissões superou o de admissões em 11 dos 18 setores pesquisados. Apenas a indústria de papel e gráfica registrou aumento no número de contratações - de 7,2% em 2009 na comparação com o ano anterior. Entre os setores que tiveram maior número de demissões estão: meios de transporte (-9,8%), máquinas e equipamentos (-8,6%), vestuário (-7,9%), produtos de metal(-9,1%) e madeira (-16,8%).
O fechamento de vagas foi mais intenso em São Paulo (-4,0%) e em Minas Gerais (-8,5%). Na indústria paulista, houve taxas negativas em 14 setores, com destaque para o fechamento de vagas em meios de transporte (-11,7%) e produtos de metal (-11,6%). Em Minas Gerais, a redução no número de pessoal ocupado atingiu 16 setores. As maiores baixas nas vagas foram nos setores de vestuário (-20,3%) e têxtil (-19,4%).
Na comparação mês a mês, o emprego na indústria teve diminuição de 0,6% entre novembro e dezembro ? o que demonstra a recuperação do setor após a crise financeira de 2008. O crescimento de 1,6% na produção, pelo terceiro trimestre consecutivo, refletiu no aumento de 2% no número de horas pagas no quarto trimestre.
Salários
Em dezembro, o valor da folha de pagamento dos trabalhadores da indústria teve diminuição de 3,7% em relação ao mês anterior ? após ter registrado queda de 0,4% em novembro. No entanto, na comparação com o mesmo período do ano passado, a redução é ainda maior ? de 5% em relação a dezembro de 2008.
A principal contribuição negativa veio de São Paulo (-8,1%), por conta da queda na folha de pagamento no setor de em meios de transporte (-12,2%), produtos químicos (-21,6%) e produtos de metal (-15%).
Em seguida, vale citar Minas Gerais (-9,7%), em função de metalurgia básica (-19,2%), meios de transporte (-19,3%) e indústria extrativa (-21,2%); e Rio Grande do Sul (-12,5%), em razão de meios de transporte (-12,7%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-25,4%) e minerais não-metálicos (-23,7%).
Em sentido oposto, os maiores impactos positivos foram registrados na Bahia (4,4%) e no Ceará (8,1%), devido, respectivamente, ao aumento nos salários em meios de transporte (45,1%) e calçados e artigos de couro (28%).