Shell encontra petróleo no pré-sal da Bacia de Santos

Rumo aos poços. Shell se junta à Exxon, Devon e Anadarko no grupo de empresas privadas que acharam petróleo no pré-sal

Petróleo | Arquivo
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A petroleira anglo-holandesa Shell comunicou ontem à Agência Nacional do Petróleo (ANP) a descoberta de petróleo no pré-sal da Bacia de Santos. É a primeira descoberta da companhia na maior província petrolífera brasileira, em concessão que fica entre as descobertas de Parati e Tupi, da Petrobrás, que tem entre 5 e 8 bilhões de barris em reservas estimadas.

Em comunicado oficial, a Shell disse que precisa analisar os resultados do poço antes de divulgar mais detalhes. A descoberta foi feita na concessão BM-S-54, arrematada pela empresa na 7.ª Rodada de Licitações da ANP, em 2005. Parte da concessão é composta por áreas devolvidas pela Petrobrás dos blocos BM-S-10, de Parati, e BM-S-11, de Tupi.

A área fica em frente ao município do Rio e, segundo dados enviados à ANP, o poço deve atingir uma profundidade final de 5,8 mil metros. "O próximo passo consistirá na realização de uma análise completa dos dados obtidos no poço", disse a empresa, no comunicado. A perfuração está a cargo da sonda Stena Drill Max e foi iniciada em agosto.

A Shell consta na ANP como detentora de 100% da concessão, mas a companhia informou que negociou a venda de 20% do projeto para a francesa Total, transação que depende ainda de aprovação da ANP. A Shell iniciou recentemente um processo de venda de participações no Brasil, com o objetivo de reestruturar seu portfólio e levantar recursos para projetos prioritários.

O pacote de venda inclui os blocos exploratórios BM-S-8 e BM-S-45, na Bacia de Santos, e BM-ES-23, na Bacia do Espírito Santo; além de sua fatia de 40% nas descobertas de Oliva e Atlanta, também em Santos. O anúncio de venda levantou rumores no mercado sobre uma possível saída do Brasil, mas a companhia respondeu que estava apenas focando as atenções em projetos considerados mais atrativos.

A Shell é hoje a segunda maior produtora de petróleo do País, atrás apenas da Petrobrás, por meio de participações nos projetos Bijupirá-Salema e Parque das Conchas, ambos na Bacia de Santos. Os dois complexos petrolíferos - dos quais a Petrobrás também participa - produziram uma média de 90,7 mil barris por dia em agosto. A companhia tem ainda grande presença na distribuição de combustíveis e, após um acordo com a Cosan, na produção de etanol, segmentos que receberão US$ 1,5 bilhão em investimentos nos próximos anos.

Com a descoberta de ontem, a Shell junta-se às americanas Exxon, Devon e Anadarko no grupo das empresas privadas que encontraram óleo no pré-sal - embora nenhum dos projetos tenha comercialidade declarada até agora. Também ontem, a Anadarko comunicou à ANP ter encontrado mais petróleo na Bacia de Campos, em um poço cujo objetivo final é o pré-sal.

Os indícios de petróleo foram encontrados no bloco BM-C-29, em águas rasas da Bacia de Campos, mas acima da camada de sal. O poço ainda está sendo perfurado e deve atingir a profundidade máxima de 5,4 mil metros, já além da camada de sal. Os trabalhos na área foram iniciados em 6 de setembro e devem levar 120 dias. A Anadarko opera descoberta chamada Wahoo, a primeira do pré-sal por uma empresa privada, com reservas estimadas em 300 milhões de barris.

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Onde

A descoberta foi feita na concessão BM-S-54 arrematada pela Shell na 7ª Rodada de Licitação da Agência Nacional de Petróleo (ANP)

Participação

A Shell aparece na ANP como detentora de 100% da concessão. Porém, a companhia informou que negociou a venda de 20% do projeto para a francesa Total. A transação depende da aprovação da ANP.

Capacidade

A Shell junta-se à Exxon, Devos e Andarko no grupo de empresas privadas que encontraram óleo no pré-sal. Nenhum dos projetos, no entanto, tem comercialidade declarada até agora. A área fica em frente ao município do Rio e o poço deve atingir uma profundidade final de 5,8 mil metros.

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