O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, indicou nesta quinta-feira (11) que o Grupo Silvio Santos pode vender sua participação no banco Panamericano para sanar suas dívidas com o Fundo Garantidor de Crédito (FGC).
"A Caixa [que comprou 49% do Panamericano e indicou nesta semana membros para o conselho da instituição financeira] vai começar a executar seu plano de negócio juntamente com o sócio, possivelmente com novo sócio que entrar no lugar do sócio controlador [Grupo Silvio Santos], à medida em que ele teria que vender sua participação para pagar o FGC", disse Meirelles, durante audiência pública na Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional.
De acordo com o presidente do BC, a Caixa Econômica Federal fez uma avaliação do negócio e concluiu que era uma "boa oportunidade de expansão". "A Caixa recebe o banco em condições íntegras", disse ele. Acrescentou que a Caixa, antes de fechar o negócios, fez "diversas avaliações" do banco Panamericano.
Segundo ele, a Caixa contratou auditoria e, baseado nos pareceres, assumiu a integralidade do balanço, mas com "garantia do sócio majoritário". "E, finalmente, ele [Grupo Silvio Santos, sócio majoritário] cumpriu e reintegralizou o patrimônio [com o aporte de R$ 2,5 bilhões do FGC]. E, portanto, o final do processo é que o banco foi entregue ao mercado, aos depositantes, e ao novo sócio com balanço saneado", declarou Meirelles.
Na última terça-feira (9), o Panamericano informou que receberia um aporte de R$ 2,5 bilhões de seu principal controlador, o Grupo Silvio Santos, em recursos que foram obtidos junto ao FGC.
Em comunicado, o Panamericano informou que o objetivo do aporte é ?restabelecer o pleno equilíbrio patrimonial e ampliar a liquidez operacional da instituição, de modo a preservar o atual nível de capitalização, em virtude de terem sido constatadas inconsistências contábeis que não permitem que as demonstrações financeiras reflitam a real situação patrimonial da entidade?.
Mais cedo, também na Comissão Mista de Orçamento, Meirelles disse que o aporte de R$ 2,5 bilhões efetuado pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC) ao banco Panamericano, representou um "final feliz" para o episódio, uma vez que preservou o poder público, os depositantes e o sistema financeiro brasileiro.